09/02/2014 10h46
A presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol-TO), Nadir Nunes, lamentou a declaração do governador Siqueira Campos – em entrevista à TV Anhanguera esta semana – segundo a qual o Estado não tem recursos para a realização de concurso público para a Segurança Pública.
A entrevista de Siqueira foi concedida no mesmo dia em que ele anunciou a chamada de policiais militares do cadastro reserva do concurso público dessa polícia, realizado no ano passado.
Segundo Nadir, a falta de investimentos na Polícia Civil demonstra o total descaso do governo com o setor. “A defasagem de pessoal para atuar na investigação de crimes, tem se agravado muito desde o ano passado, com a aposentadoria de policiais, assim como o afastamento de servidores por problemas de saúde”, explica.
Um dos reflexos da falta de investimento na Segurança Pública é que, em muitos casos, policiais usam seus próprios equipamentos, além de armas de fogo e coletes à prova de bala, e estão sendo obrigados a cumprir escala de trabalho desumana, pela falta de pessoal nas diversas unidades policiais, espalhadas pela capital e interior do Estado.
A presidente vem demonstrando essa preocupação desde que assumiu a direção do sindicato, há quatro anos. Tem buscado o apoio do Ministério Público e do governo, no sentido de garantir compromissos que possam conter o aumento da criminalidade, por meio do aperfeiçoamento e atualização dos policiais civis, aquisição de equipamentos e realização de concurso público.
“É vergonhoso ver o Estado sendo acionado judicialmente para integrar servidores aos quadros da polícia. Esses mesmos servidores já haviam sido empossados e depois de poucos meses exonerados, por falta de curso preparatório”, lembra Nadir, referindo-se aos policiais civis, de concurso realizado em 2008.
Terceirização
O governo alega que não tem condições financeiras de realizar concurso para a Polícia Civil, mas continua nomeando pessoas para trabalhar nas cadeias, de responsabilidade da Secretaria Estadual da Defesa Social (SEDS), para onde estão cedidos mais de 350 policiais civis.
A sindicalista lembra que a cadeia de Palmas e o presídio Barra da Grota, de Araguaína, estão terceirizados para a empresa Umanizzare, que teve seu contrato prorrogado, e custa uma fortuna para os cofres públicos, enquanto a falta de recursos é usada pelo governo como empecilho para a não realização dos concursos públicos.
“Se o governo não pode fazer concurso por questões financeiras, não poderiam assumir o compromisso de realizá-los; com a contratação da empresa Umanizzare e diversos contratos temporários sendo feitos, defendemos que uma opção com resultado imediato é o retorno dos agentes penitenciários, pois são policiais, e estão cedidos à Defesa Social. Eles precisam ser aproveitados nas unidades policiais, o que será um reforço significativo para a Polícia Civil”, finaliza Nadir.(Ascom/Sinpol/ Portal Stylo)
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