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Manifestantes se concentram na Cinelândia
Rio - A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, presente na manifestação desta terça-feira contra, segundo os organizadores, a 'criminalização dos movimentos sociais e a imprensa fascista', falou sobre o protesto que juntou 500 manifestantes na Candelária até a Cinelândia. "A passeata está muito boa, com participação de diversos movimentos sociais, como a Aldeia Maracanã. Assim como os políticos têm direito de ir contra as reivindicações, o povo tem direito de agir contra isso. E parte do povo está aqui", disse.
Os manifestantes chegaram à Cinelândia por volta das 19h30. Alguns deles conseguiram subir em um palco montado em frente à Câmara dos Vereadores, onde agitaram bandeiras de partidos políticos e exibiram faixas com diversas reivindicações. Houve provocação mútua entre ativistas e PMs em algumas ocasiões, mas sem maiores consequências.
Uma bomba chegou a explodir quando os presentes fizeram uma fogueira e queimaram jornais no local, mas não houve correria. Segundo o Metrô Rio, somente o acesso Pedro Lessa se encontra aberto na Estação Cinelândia. A Avenida Presidente Vargas, anteriormente interditada no sentido Candelária, foi aberta a partir da Avenida Passos. O ato acabou por volta das 21h20, sem registros de violência.
Militante contra a ditadura aponta exageros em ato
A convocação do protesto de ontem, contra a “imprensa fascista e mentirosa”, foi repudiada por referências do jornalismo e das ciências sociais. O jornalista Cid Benjamin, que teve atuação destacada na luta contra a ditadura militar, disse que não há imprensa fascista no Brasil. “É um exagero. Não acredito que exista um repúdio geral contra a imprensa. São pequenos grupos que hostilizam e mais atrapalham do que ajudam nos protestos.” E relembrou: “Nos anos 1960 e 1970, houve reação às coberturas, mas nunca hostilidade aos jornalistas”.
Para o sociólogo Ignacio Cano, da Uerj, há uma crise dos canais tradicionais de comunicação, mas o uso da expressão ‘fascista’ deve ser condenado. “É um insulto. Quando se atacam jornalistas assim, perde-se a razão. Não se resolve um conflito ideológico com violência”, resumiu.
Professora da Escola de Comunicação da UFRJ, Cristina Rego-Monteiro ressaltou a dificuldade de identificar as pautas dos protestos. “É muito perigoso usar essas bandeiras que generalizam”, declarou.
(O Dia)
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