26 fevereiro 2014

TJ nega habeas corpus a acusados da morte do cinegrafista Santiago Andrade

 - Atualizada às Caio Silva de Souza e Fabio Raposo respondem pelos crimes de homicídio qualificado e explosão
O DIA
Rio - A 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro negou, nesta terça-feira, o pedido de habeas corpus da defesa de Caio Silva de Souza, 25 anos, e Fabio Raposo Barbosa, 22 anos. Os dois respondem pelos crimes de homicídio qualificado e explosão.
Eles são acusados da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, atingido por um rojão durante manifestação no Centro do Rio. “Nego a liminar, por não vislumbrar qualquer ilegalidade no decreto prisional, tratando-se de prisão devidamente regular”, decidiu o desembargador Marcos Quaresma Ferraz.
Caio confirmou à TV Globo que acendeu rojão. À polícia, disse que só falará em juízo
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia
Relembre o caso
O explosivo que atingiu Santiago Andrade na cabeça foi entregue a Caio por Fabio, durante ato na Central do Brasil contra o aumento das passagens de ônibus, no último dia 7. Quatro dias depois do protesto, o cinegrafista teve morte cerebral. 
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse ao DIA que a morte de Andrade é uma marca negativa na história do país. “Representa o quanto nós precisamos enfrentar a violência. Um ato que não pode ser aceito no Estado Democrático de Direito”, ressaltou.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse ao DIA que a morte de Andrade é uma marca negativa na história do país. “Representa o quanto nós precisamos enfrentar a violência. Um ato que não pode ser aceito no Estado Democrático de Direito”, ressaltou.
Fábio Raposo, que passou rojão a suspeito de ferir cinegrafista, chega à 17ª DP, de São Cristóvão. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia
O representante para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos apelou para que as pessoas se manifestem de forma pacífica. “A violência, de maneira alguma, é o meio para reivindicar direitos”, afirmou Amerigo Incalcaterra. Pedro Fernandes, secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, disse que a morte do cinegrafista da Band atinge a alma da democracia. “Não existe democracia sem liberdade e não existe liberdade sem o trabalho da imprensa. A violência contra Santiago atingiu a todos nós”, diz.
Entidades de classe também manifestaram repúdio à violência nos protestos. “A morte do Santiago veio de um processo de violência crescente no país e que precisa ser rechaçado de modo veemente”, disse Celso Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Fichel Davit Chargel, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), manifestou apoio à expressão do povo brasileiro nas ruas. Entretanto, condenou a violência que atinge a categoria em escala exponencial.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que os ataques sistemáticos contra profissionais da imprensa constitui atentado à liberdade de expressão. “Toda vez que um profissional de imprensa é impedido de exercer sua função, quem perde é a sociedade brasileira, que deixa de ser informada”, concordou Daniel Slaviero, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

(O Dia)

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