Mais um episódio demonstra que a relação entre o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), e parte dos vereadores que compõem a base aliada na Câmara Municipal de Palmas está enfraquecida. Primeiro, houve a derrubada do projeto de lei que criaria a Agência Municipal de Águas (Asap); agora, a aprovação do requerimento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a relação entre administração municipal e a Terra Clean, responsável pela limpeza urbana da Capital.
A aprovação da CPI contou com nove votos favoráveis: Lúcio Campelo (PR), Iratã Abreu (PSD) e Joaquim Maia (PV), nomes declaradamente de oposição à gestão Amastha, e os governistas Damaso (PR), Jucelino (PTC), Rogério Freitas (PMDB), Emerson Coimbra (PMDB), Waldson da Agesp (PT) e Júnior Geo (PSB), que já haviam votado contra a prefeitura. A aprovação da CPI foi acompanhada da saída do vereador Joel Borges (PMDB) da posição de líder governista na Câmara.
Um dos vereadores da base aliada, Waldson da Agesp (PT), questionado se essas votações já representavam uma saída do ‘grupo dos seis’ da base deapoio a Amastha, disse que as votações contrárias à prefeitura eram “uma obrigação dos vereadores”. O vereador Joaquim Maia (PV), também se manifestou. “Acredito que tudo isso (voto de aliados para criação de CPI) seja um movimento natural por tudo que vem acontecendo”.
Júnior Geo, vereador que, antes da rejeição à Asap, vinha votando favoravelmente a projetos do Executivo, declarou em nota não ter ‘rabo preso com ninguém’. O parlamentar argumenta que sua intenção é averiguar “o que ocorreu na contratação da empresa Terra Clean e também (o serviço) na legislatura passada, desde a quilometragem de varrição de ruas à pesagem do lixo coletado”.
A saída de Joel Borges (PMDB) da condição de líder da base aliada na Câmara acontece nesse cenário de turbulência, mas o vereador nega que o momento tenha motivado sua decisão. “O motivo principal é a minha necessidade de intensificar minha atuação como vereador.”, durante seu discurso de saída da liderança Joel disse “(…) peço a gestão e a presidência que olhe com mais cuidado esta função, procure informá-lo de todas as ações e projetos, e o tenha como amigo incondicional.”
Entre os nomes citados para a substituição, está o do vereador Valdemar Júnior (PSD), que intensificou nos últimos dias a defesa às matérias do Executivo. Mas, em entrevista ele negou qualquer acerto. “Não houve qualquer conversa entre o prefeito e eu para que assumisse esse posto.” À noite, porém, circulava informação de que Valdemar assumiria a liderança provisória, o que não foi confirmado por sua assessoria.
Prefeitura
Em nota enviada à imprensa, Amastha avalia de forma positiva a instauração da CPI do Lixo. “Já que o referido contrato tem sido acompanhado de perto pelos diversos órgãos fiscalizadores, como Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas, sendo esta mais uma estância (sic) legítima.” A prefeitura, entretanto, não se manifesta em relação à entrega da liderança na Câmara por Joel Borges. (Com informações do JT)
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