27 agosto 2013

SÃO LUÍS (MA): camelôs da Rua Grande já tem data para serem retirados

Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação fará a retirada dos ambulantes da frente das lojas e portas de comércios da Rua Grande. Barracas serão permitidas nos cantos das ruas transversais, e nos espaços onde houver paredes, mas recuados

Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press

O comércio informal da Rua Grande estará padronizado a partir de outubro. Os vendedores ambulantes serão realocados ao longo desse espaço e outros, remanejados de forma ordenada para as ruas transversais. É o que pretende a ação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh), por meio da Blitz Urbana, na padronização dos ambulantes no centro comercial de São Luís. Para a categoria, a medida é importante na organização dos vendedores na rua, mas, pode prejudicar os que serão transferidos para as transversais. Segundo a Associação dos Vendedores Ambulantes e Similares de São Luís (Avasem), há pontos que não seriam interessantes aos vendedores por serem de baixo ou nenhum fluxo. 

O planejamento da Semurh prevê a retirada dos ambulantes da frente das lojas e portas de comércios da Rua Grande. Será permitida a ocupação das barracas nos cantos das ruas transversais, nos obstáculos (postes) no caso dos que receberem as telas e nos espaços onde houver paredes, mas recuados. “O objetivo desta medida é garantir o fluxo dos pedestres, ainda não é de impacto visual”, destaca o secretário adjunto da Semuhr, Diogo Diniz. O caráter da ação é educativo, a fim de orientar o ambulante quanto ao cumprimento das normas acordadas. Após concluir a padronização, vão ser retomadas as fiscalizações e aplicadas as punições em caso de reincidências. O ambulante será notificado, multado e se persistir pode perder a concessão para trabalhar no local.

Organização
“Nós estamos ainda conversando com a Prefeitura e vamos ver a melhor forma de resolver”, disse o presidente da Avasem, Carlos Cunha dos Santos, sobre a distribuição dos ambulantes nas transversais da Rua Grande. Será definido ainda o horário de recolhimento dos ambulantes. Ele ressalta que há o apoio dos vendedores pela padronização, mas explica que a distribuição deve ser bem planejada a fim de não trazer prejuízos aos trabalhadores. “Tem realmente algumas ruas do Centro que não trazem lucro, onde o cliente não entra e o ambulante não tem interesse porque não vende”, enfatiza. Carlos dos Santos cita as ruas Grande, da Paz e de Santana como as mais disputadas pela categoria. As entradas das transversais que cortam essas ruas são os espaços de maior retorno de venda.

Ele compara ao comércio ambulante da Avenida Magalhães de Almeida, onde foram cadastrados cerca de 130 vendedores para trabalhar no camelódromo. Hoje há espaços abandonados. Com a saída do transportecoletivo da área o movimento diminui e o espaço deixou de ser atrativo também aos vendedores. Atualmente, são oito barracas abandonadas no camelódromo e algumas cujos vendedores não ocupam diariamente. “Hoje aqui a venda é pouca para os ambulantes. Quem deixa as barracas não tem interesse em retornar”, pontua o presidente da Avasem. 

Nem o restaurante popular que funciona na área não trouxe aumento significativo das vendas. Para tentar aumentar o fluxo, os próprios ambulantes se organizaram e solicitaram a instalação de uma agência bancária na área, prestes a entrar em funcionamento. “É uma coisa que não vai mudar. A tendência é cair mesmo, porque, hoje, tem shopping que oferece conforto, segurança, aí o cliente prefere ir para lá”, explica Carlos Cunha dos Santos. Segundo a associação, há cerca de 2500 ambulantes atuando na Rua Grande entre associados e não cadastrados.
Fonte: O Imparcial Online - Publicação: 27/08/2013 09:39 /Sandra Viana

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