23 agosto 2013

TOCANTINS: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA


A educação ambiental precisa se concretizar na realidade escolar. Não basta ser abordada nos meios de comunicação, nos discursos, nos livros didáticos e muito menos em projetos raros e descontinuados. Deve se dar de modo natural, contínuo e contagiante na prática escolar, não como vem sendo realizado – discursos bonitos e práticas danosas.

Como se pode promover projetos ambientais como o Convida, sem planejamento, sem organização e sem mesmo seriedade, às últimas horas, com a responsabilidade apenas nas costas dos professores, sem orientação adequada, os quais têm que sensibilizar os alunos e orientá-los em apenas uma aula antes da conferência escolar?

Como se pode promover o debate ambiental e estimular a conservação se na própria escola se faz, constantemente, queimada de lixo e outros resíduos, em pleno período de funcionamento das atividades escolares?

Como se pode defender e estimular a conservação do ambiente se a própria escola não promove a coleta seletiva de seus resíduos e outras práticas afins?

É possível promover adequadamente o ensino da redução, reutilização e reciclagem dos recursos se não se vive isto na prática?

Como falar sobre desenvolvimento sustentável se na própria escola há desperdício de energia (equipamentos ligados sem necessidade – exemplo: luzes, computadores, microondas, ventiladores, ar-condicionado, bebedouros e água (caixa d’água vazando indefinidamente sem solução da escola ou da Saneatins ).

Como se defender o respeito ao ambiente se a escola agride, a todo momento, os ouvidos dos seus integrantes com a famosa sirene, sendo que se poderia adotar recursos mais adequados, como sistema interno de som? Já em funcionamento em outras instituições educativas.

Como se pode falar de igualdade, desenvolvimento humano e cidadania se os próprios credos e denominações religiosas não são respeitados na escola? Os eventos religiosos são realizados de acordo com a doutrina católica ou protestante, conforme o  credo dos dirigentes. E as outras denominações? E os que não cultuam nenhuma fé, por que são “obrigados” a participar de tais eventos?

Como se respeitar o ambiente se não se respeita os próprios humanos – as pessoas são gritadas, caluniadas e perseguidas quando se impõem contra a conduta equivocada de superiores, de colegas e até mesmo de professores, alunos e membros da comunidade escolar.

Diante de tais colocações faz-se necessário refletir e, realmente, tentar mudar o cenário que se impõe à prática educativa, pois do contrário continuará o ensino teórico, falacioso e de má qualidade que se vive na realidade brasileira – teoria de mais e prática de menos.

Francisco Monteiro, professor.



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