A
educação ambiental precisa se concretizar na realidade escolar. Não basta ser
abordada nos meios de comunicação, nos discursos, nos livros didáticos e muito
menos em projetos raros e descontinuados. Deve se dar de modo natural, contínuo
e contagiante na prática escolar, não como vem sendo realizado – discursos bonitos
e práticas danosas.
Como se
pode promover projetos ambientais como o Convida, sem planejamento, sem
organização e sem mesmo seriedade, às últimas horas, com a responsabilidade
apenas nas costas dos professores, sem orientação adequada, os quais têm que
sensibilizar os alunos e orientá-los em apenas uma aula antes da conferência
escolar?
Como se
pode promover o debate ambiental e estimular a conservação se na própria escola
se faz, constantemente, queimada de lixo e outros resíduos, em pleno período de
funcionamento das atividades escolares?
Como se
pode defender e estimular a conservação do ambiente se a própria escola não
promove a coleta seletiva de seus resíduos e outras práticas afins?
É
possível promover adequadamente o ensino da redução, reutilização e reciclagem
dos recursos se não se vive isto na prática?
Como
falar sobre desenvolvimento sustentável se na própria escola há desperdício de
energia (equipamentos ligados sem necessidade – exemplo: luzes, computadores, microondas,
ventiladores, ar-condicionado, bebedouros e água (caixa d’água vazando indefinidamente sem
solução da escola ou da Saneatins ).
Como se
defender o respeito ao ambiente se a escola agride, a todo momento, os ouvidos
dos seus integrantes com a famosa sirene, sendo que se poderia adotar recursos
mais adequados, como sistema interno de som? Já em funcionamento em outras
instituições educativas.
Como se
pode falar de igualdade, desenvolvimento humano e cidadania se os próprios
credos e denominações religiosas não são respeitados na escola? Os eventos
religiosos são realizados de acordo com a doutrina católica ou protestante,
conforme o credo dos dirigentes. E as outras denominações? E os que não cultuam nenhuma fé, por que
são “obrigados” a participar de tais eventos?
Como se
respeitar o ambiente se não se respeita os próprios humanos – as pessoas são
gritadas, caluniadas e perseguidas quando se impõem contra a conduta equivocada
de superiores, de colegas e até mesmo de professores, alunos e membros da comunidade
escolar.
Diante de
tais colocações faz-se necessário refletir e, realmente, tentar mudar o cenário
que se impõe à prática educativa, pois do contrário continuará o ensino
teórico, falacioso e de má qualidade que se vive na realidade brasileira –
teoria de mais e prática de menos.
Francisco
Monteiro, professor.
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