Hoje às 11h59 - Atualizada hoje às 12h00 - De: Jornal do Brasil
Em visita oficial ao Rio de Janeiro para investigar as causas da morte do coronel Paulo Malhães, que assumiu ter participado ativamente de torturas durante a ditadura militar no Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal chegou a ser barrada na Delegacia de Anti-sequestro, no Leblon, zona sul da cidade.
A presidente da comissao senadora Ana Rita (PT-ES), os senadores Joao Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) chegaram às 10h para ouvir o caseiro do coronel Malhães, Rogerio Pires, um dos envolvidos no suposto assalto que teria provocado a morte do militar. No entanto, uma hora depois não tinham sido autorizados a ver o preso.
Os parlamentares chegaram a dar declarações à imprensa criticando a Secretaria Estadual de Seguranca que não teria comunicado à delegada de plantão sobre a vinda da diligência do Senado. Mas durante a entrevista, o senador Capiberibe recebeu uma ligação informando de que a entrada da comitiva havia sido liberada.
"Fomos surpreendidos ao chegar aqui e a delegada não estar presente. E, apesar de vários contatos de nossa presidente, não obtivemos autorização para ter acesso ao preso", declarou Randolfe, antes de ter a entrada autorizada na delegacia.
Os senadores estão, no momento, dentro da Anti-sequestro, onde pretendem ouvir o caseiro. Rogerio Pires teria confessado ter participado do assalto ao sitio do coronel, em Nova Iguacu, facilitando a entrada de dois irmaos que entraram na casa.
Uma das hipóteses para a morte do coronel da ditadura é roubo seguido de morte, o que teria provocado um infarto em Malhães, segundo a guia de sepultamento. Porém, a Comissao da Verdade do Rio levanta suspeitas sobre a tese da Policia Civil e cobra participação da Policia Federal nas investigações do episódio.
"Têm questoes não esclarecidas. O coronel Brilhante Ustra publicou em site pessoal a informação da morte de Malhaes com meia hora de antecedência em relacao à imprensa e o fato de os discos rígidos dos computadores da casa terem sido levados, o que não configura assalto clássico", afirmou o presidente da CV, Wadih Damous.
Para Wadih, a confissão do caseiro não é suficiente. "Ainda que tenha sido ele de fato o assassino, achamos que ele tem outros esclarecimentos", completou.
Ao longo do dia, os senadores da Deleagacia de Direitos Humanos vão à sede da Policia Civil, onde também tratarão do caso.
Para os senadores é muito suspeita a morte do coronel depois de dar depoimento à comissao da verdade detalhando atuaçãoo dele e do regime militar na prisão e tortura de presos políticos no período.
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