28 maio 2014

Mãe denúncia assassinato de filho pela Polícia Militar, que só falará após denúncia na Corregedoria

27/05/2014 - Cenários do Tocantins

Após denúncia, a PM afirma que só falará sobre o assunto
 se a mãe fizer a denúncia na Corregedoria

Policial Militar do Tocantins é acusado de ter matado jovem, de 25 anos, na última sexta-feira, 23, em Palmas.

A acusação foi feito pela mãe da vítima, a senhora Jaides Pinto da Silva Lima, que afirmou ao site Conexão Tocantins que seu filho, Diego da Silva Lima, 25 anos, foi morto pela Polícia Militar, inocentemente.

Segundo ela, a polícia deu a versão de que procurava por bandidos e que quando chegou no local em que seu filho e mais quatro amigos estavam houve troca de tiros.


Dona Jaides reside no Aureny III e, segundo ela, seu filho Diego foi a uma chácara, na saída para Aparecida do Rio Negro, acompanhado de mais quatro amigos.

A mulher disse que os amigos da vítima relataram, detalhadamente, que a polícia chegou na chácara procurando bandidos e que acusou Diego de ter roubado uma caminhonete e estourado um caixa eletrônico na rodoviária.

“Ele [amigos] disseram que ele tinha pegado uma camionete. Mas na verdade, dizem que quem pegou a caminhonete foi o outro menino, menino de menor que tem várias passagens e estava junto com eles. Meu filho não tinha arma e não sabia dirigir”, contou.

Dona Jaides disse que seu filho, segundo relatos, chegou a levantar a mão, desarmado.

“Chegaram acusando os meninos de um monte coisa, um dos meninos disseram que meu filho levantou as mãos, não estava armado, se entregou e eles meteram tiro”, disse a mãe, afirmando ainda: “Roubaram o documento do meu filho, pegaram o celular dele, estouraram a cabeça do meu filho com coronhadas. Sem ele dever nada, nada. Meu filho não era bandido não!”, afirmou.

Em relação à chácara onde aconteceu o fato, dona Jaides disse: “lá era um recanto deles irem para banhar no córrego”, afirmou.

Jaides ainda conta que ficou sabendo do ocorrido no dia seguinte, por um colega de Diego que a teria informado.

Segundo ela, a polícia não a contatou e ao saber da notícia correu para Hospital Geral de Palmas (HGP), onde encontrou seu filho falecido.

“Largaram meu filho no HGP feito um cachorro, feito indigente, sem documento sem nada. Sumiram o documento do meu filho, foi maior trabalho para fazer a certidão de óbito e não fizeram perícia no lugar que ele morreu lá na chácara. Enquanto matavam meu filho os outros correram”, acrescentou.

Segundo ela, o laudo confirma que a morte foi ocasionada por um tiro no peito direito.

A mãe da vítima, que é professora, afirmou que não deixará passar em vão o ocorrido e que irá ao Ministério Público para denunciar os atos da PM de Palmas e pedir justiça.

“Vou procurar o Ministério Público. Se depender vou até em Brasília fazer manifestação, mas que eles vão pagar de um por um eles vão!”, salientou.

O corpo do jovem foi enterrado na tarde desta última sexta-feira. Diego deixou esposa e uma criança de 3 anos.

Versão da Polícia

Segundo resumo da ocorrência registrada pela PMTO e fornecida ao Conexão Tocantins, houve resistência seguida de morte.

Na ocorrência foi relatado que uma vítima de roubo entrou em contato com a polícia informando a localização da sua caminhonete que havia sido roubada no sábado, 17 e que esta caminhonete encontrava-se escondida em uma chácara no km 20 da TO-020 entre Aparecida do Rio Negro e Palmas.

Segundo informações da PM na noite do dia 20 de maio, uma equipe do CIOE deslocou-se ao local relatado pela vítima, constatando a veracidade da informação ao encontrar o veículo na garagem da chácara.

Seguindo os detalhes da ocorrência, ainda é informado que a equipe permaneceu no local em campana durante toda a noite e que no dia seguinte, 21 de maio, por volta das 9h30, quatro indivíduos chegaram à chácara em um outro veículo, onde os policiais militares o abordaram e os indivíduos empreenderam fuga, atirando contra os policiais, segundo a PM.

Ainda segundo a PM, os quatros indivíduos entraram em um matagal, os policiais pediram reforço, chegando então ao local, o GOC, Rotam e Giro. A PM ainda informa que, ao realizarem buscas pelos indivíduos, no período da tarde, uma equipe do CIOE deparou-se com um dos homens.

Ainda segundo a ocorrência, foi determinado pelos policiais que o homem se entregasse, e não atendendo, segundo ocorrência, o homem teria efetuado disparos contra a patrulha que, revidou vindo a atingi-lo. O homem, segundo a PM, era Diego. A PM informa que, devido à distância para atendimento do Samu, os policiais colocaram-no em uma viatura e o levaram para o HGP.

Ainda segundo a PM, o jovem portava um revolver calibre 38, cano curto, cabo plástico, municiado com cinco cartuchos, três deflagrados e dois intactos.

Os veículos foram apresentados à autoridade policial para as providência e os demais indivíduos não foram encontrados, segundo a ocorrência.

O Major Ferreira do Comando Geral da Polícia Militar, disse que a PM só irá se pronunciar quando a mãe do jovem fizer a denúncia na Corregedoria. Segundo ele, até o momento toda a ação foi legal e a situação do possível crime está sendo apurada pela Polícia Civil, que também é responsável pela perícia.

Sobre as denuncias de Dona Jaides, o major disse que “mãe vai falar que o filho era um santo. É o filho e é o filho que ela ama”, afirmou.


(Atualizada às 11h20 do dia 26/05/2014)


(Conexão Tocantins)

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