De acordo com as investigações, eles exigiam dinheiro das vítimas para que não fossem apreendidos carros supostamente clonados.
Tátyna Viana / Imirante Imperatriz
04/02/2014 17h20 - Atualizado em 04/02/2014 18h47
IMPERATRIZ - O juiz titular da 2ª Vara Criminal, Armindo Nascimento, decretou a prisão preventiva do policial civil Carlos José Bione Carvalho e do policial militar Paulo César de Araújo Brito, a pedido do delegado regional de segurança, Assis Ramos.
José Bione é lotado na Delegacia de Polícia Civil de Itapecuru e Paulo César, no batalhão do município Estreito. Os dois foram presos, nesta terça-feira (04), quando chegavam ao trabalho. Eles são suspeitos de extorsão e vinham sendo investigados desde dezembro do ano passado.
De acordo com as investigações, os dois policiais, que moram em Imperatriz, invadiram a casa da vítima com o argumento de estarem atrás de um veículo clonado. Eles passaram a exigir, fazendo ameaças, a quantia de R$ 10 mil. A vítima entrou em contato com o antigo dono do carro, para provar que o veículo não era clonado, e propôs aos policiais que toda a história fosse esclarecida na delegacia. Em depoimento, a vítima disse que chegou a ser ameaçada de morte e teve o carro subtraído, sem nenhuma autorização judicial.
"Com o argumento de que estavam à procura de carros clonados, roubados, eles ameaçavam a vítima. Caso ela não entregasse dinheiro, eles diziam que poderiam apresentar aquela pessoa à delegacia, mas, no entanto, não traziam nem o carro nem a pessoa. Isso caracteriza uma extorsão. Nós instauramos o inquérito, foi decretada a prisão preventiva e cumprimos a prisão", disse o delegado regional.
A respeito de como os policiais escolhiam as vítimas, o delegado informou que eles tinham conhecimento de veículos em situação irregular, mas por alguma dívida junto aos bancos, e aproveitavam para extorquir os donos.
"Esses carros na realidade são financiados. Existe em torno deles um ilícito civil, uma dívida junto ao banco, prestações atrasadas, mas não existe um registro de roubo ou de furto que garantisse a interferência da polícia. Ainda que fosse um carro roubado, eles tinham que ter autorização do comando da PM ou da delegacia regional para agir, não podem fazer o que bem entendem por serem policiais. Nem o fato dessas pessoas, as vítimas, terem antecedentes criminais, não respalda essa ação, que é ilegal", finalizou o delegado.
Eles vão responder pelos artigos 147, 157 e 158 do Código Penal, por subtrair bens mediante ameaça, constrangimento com violência ou grave ameaça, com o intuito de obter vantagem econômica. José Bione deve ser transferido para São Luís e Paulo César vai ficar preso no quartel da PM, em Imperatriz.
O advogado do policial militar, Paulo Sérgio, negou as acusações e disse que vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva de seu cliente.
Antecedentes criminais
O delegado regional confirmou que o policial civil José Bione, também, é acusado de homicídio. O crime ocorreu há quase 10 anos, quando dois adolescentes algemados foram assassinados em frente à Delegacia Regional. O delegado não soube informar a situação do processo ou se José Bione foi julgado.
(Imirante)
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