06 junho 2014

Grevistas do Minc não respeitarão liminar que proíbe paralisação

FEDERAL                                 em   06.06.2014                          

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Uma das ações dos grevistas é constranger o governo fechando museus no período da Copa do Mundo, entre eles o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio
Líderes da greve de servidores do Ministério da Cultura, paralisados desde 15 de maio, disseram que não respeitarão a liminar expedida na última quarta-feira, dia 4, pelo Superior Tribunal de Justiça, que proíbe a paralisação. Acatando um pedido da Advocacia Geral da União, o STJ concedeu uma liminar que garante a manutenção das atividades do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), determinando que os servidores em greve voltem ao trabalho. Desde o início da greve, estão suspensas atividades essenciais do Iphan, como fiscalização de obras de restauro em imóveis tombados, e do Ibram, responsável pela operação de 30 museus federais, entre eles o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Segundo Andre Andion Angulo, um dos líderes do movimento que integra a direção do Museu da República, no Rio, a liminar é "mentirosa" por dizer que os servidores não aceitaram as negociações com o governo.
O plano da categoria, segundo a liderança do movimento, é entrar com uma ação na Justiça para garantir a legalidade da greve, e que tal instrumento jurídico já está em curso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ainda segundo Angulo, servidores não deverão voltar ao trabalho. "Nós não entendemos que estamos em processo de negociação", diz Angulo. "A gente se reuniu com a (ministra da Cultura) Marta (Suplicy) na semana passada, e ela veio com a ameaça de que o governo ia vir com tiro, porrada e bomba, que seria muito truculento com gente".
Negociação
Uma das ideias da paralisação é constranger o governo fechando museus importantes no período da Copa do Mundo, em que haverá um grande número de turistas estrangeiros no país. Também afirmam que nenhum dos museus federais têm alvará do Corpo de Bombeiros e, portanto, não estão aptos a receber grandes fluxos de visitantes.
Grevistas, que ganham em média R$ 4.200, pedem uma equiparação de seus planos de carreira com as demais autarquias do Ministério da Cultura, o que resultaria, caso fossem acatadas as reivindicações, num aumento de até 100% de seus salários. "Não há como negociar um aumento de servidores no último semestre no último ano do mandato com o orçamento já fechado", disse o presidente do Ibram, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos. "As pessoas devem ter bom senso nessa hora. A Justiça mostra que tem de se restabelecer a normalidade".
Procurada pela reportagem, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciaria sobre o caso.
(Silas Martí / Folhapress / Diário do Nordeste Verdes Mares)

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