16/05/2014 - Da Redação
O
sumidouro é mesmo imbatível. Não há como negar, pois tem sumido com muitas
coisas, cargos, recursos, posturas, condições, valores e até mesmo pessoas. Em todos os momentos e
lugares, de modo sorrateiro ou evidente, não dá para esconder.
Assim,
tem sumido com a coerência entre prática e discurso de muitos, como também com recursos
públicos em prol de fins pessoais, privados e eleitorais. Tem dado fim à adoção de critérios
técnicos, éticos e institucionais para nomeação de servidores e gestores,
impondo apenas o critério político (ser fiel). Mas não tem sumido com as
perseguições, intimidações, manipulações e inúmeros outros expedientes na
escola – que também tem cada vez mais perdida sua qualidade e seriedade.
O
editor, que agora escreve sabe bem disso. Já foi pressionado, humilhado, tem
sido perseguido e até tratado como bandido tão somente porque expressa o que
pensa, dentro dos limites da liberdade de expressão, mas que contraria inúmeros interesses estabelecidos.
E,
assim, o sumidouro continua a agir, os exemplos
não faltam. Como servidores protegidos, que não aparecem ao local de trabalho,
em especial no turno noturno; e outros, que cumprem apenas a metade do expediente, o que não poucas vezes, tem deixado professores, alunos, vigia,
assistente e merendeira sozinhos durante o expediente escolar, sem nenhuma explicação.
Somem também a transparência nas ações, a laicidade na condução da ação educativa (não interferência religiosa) e, por outro lado, abundam a interferência do pessoal sobre o profissional. Tal como os vínculos de amizade, parentesco e/ou afetivos sobre o processos institucionais, comprometendo sua missão.
Somem também a transparência nas ações, a laicidade na condução da ação educativa (não interferência religiosa) e, por outro lado, abundam a interferência do pessoal sobre o profissional. Tal como os vínculos de amizade, parentesco e/ou afetivos sobre o processos institucionais, comprometendo sua missão.
Assim,
dá-se a pensar porque não somem as ameaças veladas e/ou explícitas no
cumprimento das normas e leis para muitos que se impõem contra os desmandos? E
por que sobra a proteção descarada de outros, os silenciados, acovardados e
protegidos pela política inescrupulosa (“se você transferir seu título e
prometer votar em mim eu te arrumo emprego, bolsa família, transferência de
local de trabalho e tolerância de suas faltas e mais inúmeros benefícios,
aceitas?").
Como
também, por que não somem a incompetência no universo escolar? A falta de
respeito, de justiça, de reflexão, de péssimas condições de trabalho, de medo,
de desinformação? Será que o sumidouro não é irracional?
Portanto,
uma possível explicação para a existência de tal ser é o desvirtuamento da
ética, tão bem defendida por todos e todas: religião, educação, justiça, organismos, instituições e agentes públicos. Mas a verdade transparece
- tudo não passa de discurso a mascarar os reais motivos das práticas: o empoderamento, a dominação e a perpetuação das elites na condução do estado e dos demais membros da sociedade.
Esta
é uma possível origem do sumidouro...
Por Francisco Monteiro
É, meu nobre professor. Força no seu trabalho e não desista. Enquanto os bons (mesmo que poucos) não se calarem, há esperança de vencer os maus (sim, é difícil).
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