20 de maio de 2014 em Maranhão - De: Folha do Bico
O superintendente de Polícia Civil do Interior (SPCI), Jair Paiva, comentou, em entrevista ao Bom Dia Mirante desta segunda-feira (19), a morte da escrivã Loane Maranhão Thé, de 33 anos. Ela morreu após ser esfaqueada quando coletava o depoimento do acusado de abusar sexualmente das filhas, Francisco Alves da Costa, 47, na última quinta-feira (15), na Delegacia da Mulher de Caxias, no Maranhão. Para ele, “faltou ter mais cuidado” à equipe policial que estava no local.
“Se ele já é um elemento que vem praticando isso (abuso) com as próprias filhas, não é uma pessoa que a gente pode dizer que é uma pessoa de bem. É uma pessoa que, no mínimo, tem um caráter perigoso. Então, ele chega na delegacia, você já passa a ver ele com outros olhos. Você tem que ter um certo receio com esse tipo de gente e isso eu acho que faltou na equipe que tava lá, de olhar pra ele e ter mais cuidado, e tá perto dele”, disse.
Paiva disse que, até o momento, a polícia não sabe se a escrivã tomava o depoimento do acusado sozinha. “A gente não pode precisar se a Loane estava tomando esse interrogatório sozinha. O que eu sei é que na Delegacia da Mulher, estavam, no momento, a delegada da Mulher titular, duas investigadoras e a Loane, e todas estavam sabendo do fato porque, no dia anterior, as filhas do acusado estiveram, foram ouvidas e o caso já estava em investigação na delegacia”, contou.
O superintendente disse ainda que o escrivão é também policial e possui porte de arma. “Todos os policiais têm armas cauteladas, né? Não sei se a arma estava próxima, ao alcance dela, que pudesse reagir. Eu até acredito que, pela forma que aconteceu, foi de forma muito covarde que não deu tempo nem dela esboçar qualquer tipo de reação”.
Sobre a segurança nas delegacias, Paiva disse que é preciso sempre realizar procedimentos de segurança, sendo o principal deles a revista. “Aqueles procedimentos padrões de segurança que o policial tem que ter, por exemplo, revistar todo e qualquer suspeito, fazer a revista, uma revista bem feita, porque muitas vezes a gente faz a revista e o cidadão já alega que está sendo constrangido, o que é um absurdo, mas isso tem que ser feito. As polícias mais modernas do mundo, elas fazerm a revista, né? E o Código de Processo diz que, se tiver fundada suspeita, você pode fazer a revista a qualquer momento, em qualquer pessoa”.
Segundo Paiva, o crime chocou a comunidade policial. “É um crime que chocou muito a comunidade da Polícia Civil, da Segurança como um todo, e também a população. Em todo tempo de polícia que eu tenho, há 16 anos, nunca vi coisa parecida em lugar nenhum do Brasil”, revelou.
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