27 de abril de 2014 • 09h52 • atualizado às 09h53 Terra
O líder separatista local Viacheslav Ponomarev declarou que os observadores são prisioneiros de guerra; uma equipe da OSCE negocia a libertação dos sequestrados
Vyacheslav Ponomaryov (4º à direita), separatista auto-proclamado prefeito, e observadores internacionais da OSCE participam de um encontro com jornalistasn na cidade ucraniana de Slaviansk, neste domingo, 27 de abrilFoto: Reuters
Insurgentes separatistas pró-russos na cidade ucraniana de Slaviansk apresentaram neste domingo oito europeus, membros de uma missão de observadores militares da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) detidos desde sexta-feira, em uma coletiva de imprensa.
Estes oito indivíduos, que aparentemente estavam ilesos, foram levados pelo líder separatista local Viacheslav Ponomarev à principal sala da prefeitura de Slaviansk, um reduto separatista ocupado pelos rebeldes no leste da Ucrânia, onde 60 jornalistas se reuniram.
Mais cedo, Ponomarev havia declarado que os observadores são prisioneiros de guerra.
"São prisioneiros e guerra", repetiu várias vezes Ponomarev, que informou que o motorista que os acompanhava havia sido libertado.
O restante do grupo é composto por oito europeus e quatro militares ucranianos que os acompanhavam.
"Em nossa cidade, onde estamos em uma situação de guerra, todos os militares sem autorização são considerados prisioneiros de guerra", disse.
Ele insistiu que seus prisioneiros apenas serão soltos se as autoridades de Kiev libertarem militantes pró-russos detidos.
SAIBA MAIS
O líder, no entanto, rejeitou o termo "refém". Os observadores "não são nossos reféns, são nossos convidados", afirmou o prefeito autoproclamado da cidade, com uma pistola na cintura e escoltado por dois guarda-costas.
Os membros da missão estão bem, garantiu. Confirmou ainda que uma equipe de negociadores da OSCE deve chegar durante o dia para se inteirar da situação, como anunciou anteriormente a organização com sede em Viena.
OS rebeldes também prenderam três oficiais ucranianos, atualmente detidos, declarou aos jornalistas. Trata-se de um coronel, um comandante e um capitão, acusados de espionagem.
"Eram sete no total no grupo e detivemos três. Vamos encontrar rapidamente os quatro restantes", disse.
"Não haverá nenhum contato com Kiev, apenas por intermédio da OSCE", afirmou, concluindo que as autoridades ucranianas "não entendem nada que não seja o idioma da força".
Equipe da OSCE negocia a libertação dos sequestrados
Uma delegação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) se encontra no leste da Ucrânia para negociar a libertação dos observadores militares europeus retidos por separatistas pró-russos na cidade de Slaviansk, confirmou neste domingo em Viena o orgão multilateral.
Sem poder dar mais detalhes, uma porta-voz da OSCE explicou à Efe em Viena que membros da missão especial na Ucrânia viajaram à parte leste do país "para liderar as negociações".
"Só posso confirmar que viajaram. Nada mais por enquanto", acrescentou.
Fontes do governo alemão tinham antecipado ontem o envio dos negociadores da OSCE ao leste da Ucrânia depois que foi decidido que a organização multilateral assumiria a liderança nessas conversas.
Um total de 140 observadores da OSCE se encontra desde o final de março na Ucrânia em uma missão especial, aprovada por consenso entre os 57 países aderidos à organização, ou seja, também pela Rússia.
Estes envios estão baseados em acordos bilaterais entre os países envolvidos e não requerem consenso entre todos os Estados da OSCE.
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