28 abril 2014

Cerimônia em São Paulo lembra o Dia do Holocausto

Redação.. - 27 de abril de 2014 às 20:50 - De: oreporter.com


SÃO PAULO (Agência Brasil) - Para lembrar o Dia do Holocausto, a Federação Israelita do Estado de São Paulo promoveu hoje (27) na capital paulista a 11ª Marcha da Vida Regional, com o tema Somos Todos Sobreviventes do Holocausto. Os participantes vestidos de branco e carregando faixas e bandeiras fizeram uma caminhada silenciosa até o Cemitério Israelita do Butantã, onde o ato terminou com uma cerimônia. 

O evento é inspirado na Marcha da Vida Mundial, feita anualmente na Polônia, no mesmo período, reunindo participantes do mundo todo para repetir o percurso feito pelos judeus em direção às câmaras de extermínio entre os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau. Segundo o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Mario Fleck, o evento serve não só para lembrar os que sofreram com o Holocausto, mas também para despertar a consciência sobre a vergonha que o período representou para a humanidade.

“Lamentamos que ainda hoje vejamos episódios parecidos no mundo inteiro contra outras etnias e que ainda haja pessoas que neguem o Holocausto e tentem reconstituir a história. Tudo isso serve também como elemento de educação para que futuras gerações procurem entender o que ocorreu e o que tem que ser feito para que isso jamais se repita”, destacou Fleck.

No Brasil há cerca de 120 mil judeus – a metade está em São Paulo. “Estamos falando de um episódio que aconteceu há 70 anos. Os sobreviventes são centenas, mas como eles têm cerca de 80, 90 anos, é importante que aproveitemos o testemunho dessas pessoas enquanto ainda for possível. Depois a memória será mantida com uma vasta documentação, uma imensidão de documentários, fotos, provas e depoimentos.”

A holandesa Nanette Konig, 85 anos, passou por um dos campos de concentração e foi a única sobrevivente de sua família, além de ser amiga de Anne Frank, uma adolescente alemã de origem judaica, que morreu aos 15 anos de idade em um campo de concentração. “É importante que a data seja destacada para que a juventude conheça o desastre que assolou o povo judaico. A minha experiência no campo de concentração foi muito forte e para me recuperar dos efeitos do Holocausto passei três anos em um sanatório.”

Também sobrevivente, o polonês Ben Abrahan, 90 anos, ainda ministra palestras sobre o assunto e mesmo com dificuldades de mobilidade e fala não se recusa a contar o que viu nos cinco campos de concentração pelos quais passou. “Prometi que se saísse vivo daquilo iria contar o que presenciei. Eu e minha esposa damos palestras em escolas públicas, particulares e universidades para demonstrar para onde um regime totalitário pode conduzir o mundo. Damos essas palestras a jovens, futuros eleitores para saberem em quem e porque votar.”

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