04 maio 2014

Palco Giratório desmistifica o olhar sobre os travestis em Uma Flor de Dama

29/04/2014 03h49 - Atualizado em 29/04/2014 03h49 - De: Tribuna do Tocantins


A peça acontece nesta terça, às 19h, no Teatro João do Vale


São Luís - Todo cidadão é livre para realizar suas escolhas, mas algumas opções como a sexual causam polêmicas e ainda enfrentam o preconceito social. E para revelar os dilemas e sofrimentos que existem por trás da construção do travesti, o Coletivo Artístico “As Travestidas” (CE) deu vida ao espetáculo “Uma Flor de Dama”. Em cartaz há 8 anos e com participação em mais de 16 festivais brasileiros, a peça inicia sua circulação na 17ª Edição do Projeto Palco Giratório em São Luís. Com entrada gratuita e indicação de 18 anos, a apresentação acontece na próxima terça (29), às 19 horas, no Teatro João do Vale.

Em formato de monólogo, o ator e diretor Silvero Pereira desmistifica estereótipos e olhares que associam os travestis à marginalidade ou prostituição. Acompanhando a rotina noturna da personagem, que faz shows e também se prostitui nas ruas, o público tem contato com a dura realidade enfrentada por esse crescente segmento social.

Inspirada nos contos literários Dama da Noite, de Caio Abreu, e a obra Engenharia Erótica, de Hugo Denizart, e com base nos dados da pesquisa sobre o universo dos travestis do Ceará realizada por Silvero, a peça revela o ser humano existente por trás do travesti e seus conflitos pessoais, abordando amores, desilusões, HIV, política e claro, o preconceito. “Uma Flor de Dama” estreou em 2005 e ao longo de 9 anos de trajetória conquistou mais de 10 prêmios, realizou mais de 300 apresentações, com um alcance de 80.000 espectadores, além de participar de festivais nos estados Ceará, Pernambuco, Pará, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e o Distrito Federal.

Foi a partir também da pesquisa que surgiu o coletivo artístico As Travestidas, composto por atores, transformistas, artistas plásticos, fotógrafos, músicos, publicitários e designers. “Uma Flor de Dama” foi o primeiro de uma série de espetáculos do grupo que trabalham o universo “trans”. Alcançando um retorno positivo do público e crítica, as produções têm contribuído para a luta contra o preconceito e discussão do tema nas diversas esferas sociais.

OFICINAS

Nos dias 28 e 29 de abril o Sesc realiza a oficina “Dramaturgia Corporal”. A atividade oferece um ponto de partida para estimular a criação de uma dramaturgia corporal baseada na apropriação do seu corpo e no reconhecimento do outro, promovendo a expressividade do corpo para comunicar, humanizar e revelar a poesia e o humor do indivíduo.

Ministrada por Ricardo Rodrigues e Bruno Rudolf das 14 às 18 horas, ambos da Companhia Solas de Vento (SP), “Dramaturgia Corporal” é destinada a atores, bailarinos e artistas circenses aptos para práticas mais complexas. A oficina, com carga horária de 8 horas, disponibiliza 20 vagas e acontece na Sala de Dança do Teatro Arthur Azevedo.

No dia 30 de abril, é a vez da oficina “A construção da travestilidade como personificação do ator performático”, das 9 às 12 horas e das 14 até às 17 horas, ministrada por Silvero Pereira do Coletivo Arttístico As Travestidas (CE) no Auditório do Sesc Deodoro, que demonstra os procedimentos e treinamentos realizados nos processos criativos do Coletivo As Travestidas: a construção do “corpo-trans”. Através de uma metodologia teórica e prática, a oficina aborda a história da travestilidade na arte, mais especificamente no teatro, bem como laboratórios corporais, emoção, improvisação, criação de personagem e jogos entre atores.

O público alvo são atores, bailarinos, travestis, transformistas e interessados em geral, iniciantes em práticas de estudos corporais e processo criativo (estudantes de artes cênicas). A atividade apresenta carga horária de 6 horas, com 15 vagas disponíveis.

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