Por Diogo Vaz Pinto
publicado em 24 Dez 2013 - 05:00
publicado em 24 Dez 2013 - 05:00
Mundo
Por Diogo Vaz Pinto
publicado em 24 Dez 2013 - 05:00
publicado em 24 Dez 2013 - 05:00
Assim que foram libertadas, as duas Pussy Riot atacaram a amnistia do presidente russo, que classificaram como "golpe publicitário"
As duas detidas da banda punk Pussy Riot foram ontem libertadas e nenhuma precisou de ganhar balanço antes de se lançar duramente sobre a amnistia do presidente russo, Vladimir Putin, que levou à sua libertação antecipada, o que, segundo uma delas, Maria Alyokhina, não passa de um "golpe de propaganda".
Alyokhina, de 25 anos, foi conduzida ao exterior da prisão da cidade de Nizhny Novgorod e ali deixada envergando os trajes prisionais. Horas depois chegou a vez de Nadezhda Tolokonnikova, de 24 anos, e que cumpria a pena numa prisão da Sibéria, em Krasnoyarsk, ser libertada. Mal se viu ao fresco gritou: "Rússia livre de Putin!"
Ambas prometeram prosseguir com o activismo antigovernamental e adiantaram que irão formar um grupo de defesa dos direitos humanos para impulsionar uma reforma do sistema prisional russo. Tolokonnikova disse que o tempo que passou presa não foi um desperdício, acentuando: "Tornei-me mais velha, vi o Estado a partir do interior, vi esta máquina totalitária a funcionar."
"A Rússia assenta num sistema penal. É por isso que é tão importante mudar o sistema prisional, de forma a transformar a Rússia", explicou Tolokonnikova. Já Alyokhina sublinhou que a amnistia não passava de "uma profanação", acrescentando: "Se tivesse sido possível, se eu tivesse escolha, teria ficado na prisão sem sombra de dúvida."
As duas foram condenadas a dois anos de prisão e a sua libertação só estava prevista para Março. No entanto, a lei que as amnistiou cobria mães com filhos pequenos, e as duas preenchem este requisito. O supremo tribunal russo já tinha contestado a sentença e ordenado a sua revisão.
Aprovada na semana passada, a amnistia (que deverá abranger 20 mil presos) foi denunciada por muitos como um mero esforço do Kremlin para diluir alguma da atenção negativa relacionada com as violações dos direitos humanos no país, com o fim de preparar o ambiente para os Jogos Olímpicos de Inverno, que irão decorrer em Sochi, no mês de Fevereiro.
Três das Pussy Riot foram detidas e condenadas na sequência de uma performance na principal igreja de Moscovo em Março de 2012. Yekaterina Samutsevich foi libertada com pena suspensa em Outubro de 2012.
(Jornal I)
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