Data do post: 26/01/2014
O setor hoteleiro de São Luís, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Maranhão (ABIH-MA), registrou no mês de janeiro 80% de cancelamentos das reservas previstas para o período. O cálculo foi feito com base nas informações repassadas pelos cinco hotéis considerados de luxo da capital, que por motivos éticos o sindicato não pode divulgar os nomes. A taxa de ocupação média para este mês é de 35%, uma porcentagem pequena se for levada em consideração a expectativa diante do mês de dezembro, que foi positiva com 80% de reservas nos hotéis da cidade.
A causa dessa diminuição está na repercussão negativa que o estado teve nos meios de comunicação nacional e internacional, com os ataques a ônibus autorizados de dentro do sistema penitenciário.
“A situação atual é critica, porque ano passado tivemos o problema do esgotamento sanitário com a poluição das praias e quando o turismo se recupera e que dar seus primeiros passos vem essa crise na segurança. Todo o trabalho que fizemos durante o ano passado foi perdido” acrescenta o presidente da ABIH-MA, João Barros Filho.
Segundo o sindicato devido o número alto de ocupações registrado no fim de ano, a expectativa para os primeiros meses de 2014 continuarão positivas e para atender a demanda, muitos hotéis contrataram novos funcionários que devem ser dispensados.
“Para se manter um hotel precisa de uma taxa de ocupação de 60%, se não é necessário demitir. A previsão é o equivalente a mesma porcentagem de funcionários sejam demitidos” afirma o João Barros.
Nan Souza, vice-presidente em exercício do São Luís Convention & Visitors Bureau, que é uma organização de instituições que promovem o turismo e a receptividade da capital, disse não acreditar que as demissões possam acontecer.
“Não acredito nisso, a crise não será longa, mas mesmo assim os hotéis têm condições de se bancar por pelo menos dois meses. Demitir é arriscado, porque recontratar é mais complicado” pontua Nan Souza.
Com alguns cancelamentos de reservas registrados nos últimos dias, o gerente comercial do Grand São Luís Hotel, Marcelo Aragão Saldanha, diz que os efeitos causados são sentidos indiretamente com o cancelamento de pacotes de viagens nas operadoras de turismo e diretamente com a dispensa de reservas. Mas que para os próximos meses a expectativa é que o setor estabilize. “Estamos otimistas para os meses seguintes. O carnaval está chegando e geralmente as previas acontecem no centro da cidade onde estamos localizados” diz Marcelo Saldanha.
Mesmo com a maioria das reservas voltadas para o turismo de negócio, um hotel da cidade registrou cancelamentos de reservas feitas por quem pretendia desfrutar do turismo de lazer na cidade no mês de janeiro e fevereiro.
“Tivemos não menos de 20% de cancelamentos das reservas, o turista alegava que estava cancelando por não ter uma resposta efetiva para essa crise para o mês de janeiro. Para fevereiro também houve cancelamentos, mas foram poucos. Se as coisas se normalizarem pode haver no período do carnaval uma melhora na movimentação” acrescenta o vice-presidente do São Luís Convention & Visitors Bureau.
Se de um lado há turistas cancelando, por outro há também aqueles que já haviam feito reserva antes dos ataques, como o casal da cidade de São Paulo, Wanderley e Albertina Arruda, que fizeram a reserva há seis meses.
“Não pensamos duas vezes antes de vim para São Luís. Assaltos, crimes tem em todos os lugares, a questão é escolher por onde andar” diz Albertina Santos Arruda.
“Escolhemos São Luís por recomendação do meu cunhado, achei a cidade bonita e não fico preocupado diante de tudo o que aconteceu” afirma Wanderley Arruda.
Mais divulgação
Para tentar mudar o cenário atual em que se encontra o setor hoteleiro, a ABIH/MA informou que vai investir em ações de divulgação, que serão realizadas principalmente na internet para chamar a atenção das pessoas de outros estados para que possam sentir vontade de visitar o Maranhão, será feito também um pedido junto à prefeitura para a redução da porcentagem cobrada no Imposto Sobre Serviço o ISS.
“Com essa crise vamos buscar apoio e trabalhar a divulgação na internet que é muito acessada por todos e pedir a prefeitura que seja reduzido o valor cobrado pelo ISS que é de 5%, mais caro do que o Rio de Janeiro”, diz o presidente da ABIH-MA, João Barros Filho.
A secretaria de turismo do estado informou que mesmo desconhecendo os dados de cancelamentos de reservas, vai continuar investindo na divulgação dos pontos turísticos locais, mas agora com mais intensidade do que em outras datas, para tentar fazer com que a imagem negativa que o Maranhão ganhou nos últimos dias seja substituída pelas belezas naturais e arquitetônicas. “Diante de tanta informação negativa é esperado que houvesse cancelamentos, mas o governo está fazendo seu trabalho para erradicar o problema. Vamos continuar com as divulgações em todos os meios fora do estado do carnaval e São João, reforçando o marketing para atrair os turistas” enfatiza o secretário adjunto de turismo do estado, Carlos Martins.
(Mournet /Fonte: O Imparcial Foto: Reprodução)
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