Motociclistas invadiram na madrugada do último sábado, 18, e efetuaram disparos dentro do Hospital Geral Publico de Palmas (HGPP). Duas pessoas foram baleadas.
A Polícia Militar informou ao T1 Notícias que seis indivíduos em três motocicletas chegaram no HGP e efetuaram cinco disparos contra Ermerson Clebson da Silva Matos, 24 anos e Maria Márcia da Silva, de 22. No entanto, os disparos atingiram terceiros, sendo eles Edimilson Ferreira Moura, 25, na perna esquerda e Mazolene Ribeiro Silva, 39, de raspão no joelho. Eles acompanhavam pacientes no hospital.
Ainda de acordo com informações levantadas pela PM, a intenção dos motoqueiros era executar Jhon Weclys Lima Araújo, de 21 anos e outra pessoa não identificada. O primeiro havia sido baleado no ombro momentos antes em uma lanchonete conhecida como “Prensadão”, na quadra 307 norte, em Palmas. Quatro indivíduos armados chegaram na lanchonete em duas motos de cor preta, efetuando disparos em direção às pessoas que frequentavam o lugar, sendo que um dos disparos atingiu Araújo. A pessoa não identificada sofreu uma tentativa de homicídio na quadra 407 norte. Ambos foram encaminhados para o HGPP.
De acordo com informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), a Polícia Civil foi informada pelo Centro Integrado de Operações (Ciop) de que naquela noite os seis indivíduos invadiram as dependências do Pronto Socorro em motocicletas e foram até a recepção, onde realizaram vários disparos. Eles continuam as investigações.
A SSP disse ainda que a polícia acredita que os motoqueiros procuravam Araújo e a pessoa atingida na 407 Norte no hospital, numa possível disputa de gangues. Depois do acontecimento, eles ficaram sob proteção do Estado.
Ainda de acordo com informações da assessoria, após a invasão do HGPP a Polícia realizou buscas nas redondezas do hospital. A autoridade plantonista requisitou perícia imediatamente no local e os agentes da Polícia Civil passaram a diligenciar o ocorrido. Até o fechamento da matéria ninguém havia sido preso.
Hospital
O T1 Notícias entrou em contato com a assessoria do HPG para saber os procedimentos que foram tomados pela equipe de segurança e quais as medidas preventivas serão tomadas após o ocorrido. A solicitação da reportagem foi encaminhada à Secretária da Saúde (Sesau) e pode ser conferidaaqui.
Seet se manifesta
O Sindicato dos Profissionais da Enfermagem no Estado do Tocantins (Seet) se manifestou em relação ao caso. Ele afirmou que "quer que o Governo do Estado deixe de dar desculpas e implante, em todas as unidades públicas de saúde, segurança armada". Confira na íntegra:
O Sindicato dos Profissionais da Enfermagem no Estado do Tocantins – SEET quer que o Governo do Estado deixe de dar desculpas e implante, em todas as unidades públicas de saúde, segurança armada. A preocupação aumentou depois que duas pessoas foram atingidas durante um tiroteio na porta do Pronto Socorro do HGP – Hospital Geral de Palmas. Não é a primeira vez que a violência vem tomando unidades de saúde do Estado. Profissionais trabalham com medo.
“Uma madrugada de terror!” Foi assim que descreveu uma técnica em enfermagem que trabalhava na unidade, quando três homens armados e de capacete entraram no hospital a procura de uma pessoa que havia sido baleada. Depois de entrar nos corredores, sem nenhuma dificuldade, eles saíram pela porta de emergência e dispararam vários tiros. Duas pessoas que aguardavam por pacientes foram atingidas, mas felizmente, passam bem.
A situação de risco para os funcionários e usuários do maior hospital público do Tocantins tem virado notícia frequentemente nos veículos de comunicação. Em resposta, todas as vezes, a Secretaria da Saúde diz que está em processo de contratação uma empresa especializada. Mas a desculpa não passa disso.
O presidente do Seet, Ismael Sabino da Luz, diz que em virtude desse último caso irá procurar o Ministério Público e o próprio Tribunal de Justiça, na tentativa de forçar que algo ocorra efetivamente. Já que com o diálogo, nada, até agora, foi resolvido. Em 2012 um paciente foi ferido com um golpe de facada por uma pessoa que invadiu o Hospital de Referência de Porto Nacional. Em Araguaína duas pessoas foram assassinadas dentro do Hospital de Referência. No HGP carros e motos furtados ou mesmo roubo de rodas e pneus.
“Não dá mais pra esperar. A vida de muita gente está em risco. As pessoas que estão no hospital não podem ficar ainda mais vulneráveis. Para os funcionários, um trabalho exaustivo. Para acompanhantes de pacientes, uma espera angustiante. Então, ficar preocupado com o que ainda pode acontecer? Isso não dá pra tolerar. Não mais!”, enfatizou o presidente.
A falta de vigias também tem facilitado o trabalho dos ladrões. Todas as semanas são registradas diversas queixas de furtos de carros e motos. Isso porque no estacionamento as guaritas estão vazias. Não há controle de quem entra ou sai. Também não existem câmeras para registrar a ação dos bandidos.
“Vai continuar assim até quando?” pergunta o presidente.
(T1 Notícias)
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