Alunos da UFMA realizam 4ª edição do projeto Coletivas de Imprensa

28/11/2013 21h43 - Atualizado em 28/11/2013 21h43

O projeto faz parte da disciplina de Técnicas de reportagem e foi realizado nos dias 13 e 27 de novembro

Imperatriz - Aproximar  teoria à prática e avaliar a capacidade dos alunos da disciplina de Técnicas de Reportagem ao produzirem um material jornalístico, foi o que levou a professora do curso de Comunicação Social - Jornalismo, campus Imperatriz, Roseane Pinheiro,  a organizar o projeto Coletivas de Imprensa. Na 4ª edição a série teve como tema geral “Migração Maranhense”. Foram realizadas seis coletivas, três em cada dia, os convidados abordaram as diferentes nuances do processo emigratório e migratório da população maranhense.

A escolha do tema foi motivada pelo desabamento de uma  obra em construção em São Paulo, ocorrida em agosto deste ano, tendo em vista que grande parte dos trabalhadores da obra eram oriundos de outros estados, incluindo o Maranhão, estado em que teve nove trabalhadores mortos.

Segundo a professora, os alunos ficaram  responsáveis pela organização e condução das coletivas. "Eles tiveram  a oportunidade de vivenciar concretamente o fazer jornalístico unindo teoria com a prática ao tomarem de conta de todas as etapas", afirmou. Ela acrescenta que foi criado um acervo com o material das entrevistas.  A intenção é divulgar os conteúdos e compartilhar o conhecimento produzido nesta atividade.

Os convidados da coletiva discorreram durante 15 minutos suas experiências sobre a temática. Em seguida, abriu-se um espaço de 20 minutos para as intervenções e respostas. Nesta etapa, os alunos participam da coletiva através de perguntas e o convidado com as respostas, sempre mediado por um aluno.

No primeiro dia (13), as três personalidades convidadas foram: o Gerente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Imperatriz, Luiz Fernando Pires Pinto; o Sociólogo e Professor, Lourenço de Sousa, e a coordenadora do Tratamento Fora do Domicílio/SUS, Marlene Maranhão.

Eles destacaram as diferentes motivações que tem levado a população maranhense emigrarem e migrarem, dentre eles: econômica, tratamento de saúde e formação profissional.O Gerente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego da unidade de Imperatriz (MTE), Luiz Fernando Pires Pinto, deu início à coletiva  abordando o tema "Trabalho Escravo – prática e experiência de combate na região tocantina", mediado pelo acadêmico Leonan.

Segundo Luiz Fernando, a principal característica do trabalho escravo são as condições degradantes de trabalho que incluem: falta de sanitários, água potável, alimentação indigna, endividamento precoce do trabalhador ao empregador, não assinatura da carteira de trabalho, falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI), entre outros.

Em seguida o professor e sociólogo, Lourenço de Sousa, abordou o tema: Maranhense no Exterior. Ele enfatizou as expectativas fantasiosas que são criadas em torno do mito morar no exterior. “Muitas pessoas compram um sonho, no entanto, quando se depararem com a realidade acabam vivenciando um verdadeiro pesadelo, essa é uma das conseqüências da emigração", destacou.

Finalizando o primeiro dia, a  coordenadora do Tratamento Fora do Domicílio/SUS, Marlene Maranhão, discorreu sobre o deslocamento de pacientes para outros lugares em busca de tratamento médico, seja para a capital do Estado ou para outros Estados.

Segundo dia

No último dia, realizado na  quarta (27), os três convidados foram: o professor de geografia, Francisco Lima Mota, que abordou o tema Migrações de Maranhenses de baixa renda. Ele ressaltou as questões econômicas como principal vetor dos fluxos migratórios, sejam eles internos ou externos. O segundo convidado foi o professor Almir Lima Torres. Ele destacou os estudos como fator motivador do processo migratório.  

A última entrevistada foi  a coordenadora geral do Centro de Defesa  dos Direitos Humanos, Brígida Rocha, que falou  sobre os fenômenos de mobilidade populacional no estado do Maranhão, destacando as causas e consequencias destes fenômenos  migratórios. 

(Tribuna do Tocantins)