“Diga não à violência ao idoso”

“Normalmente observamos é que a pessoa agressora é a própria família. A gente pode perceber que os filhos, que deveriam ser os próprios cuidadores dessas pessoas, são os próprios agressores”, lamenta Jucilene Reis, coordenadora do Centro de Referência

24/09/2013 09:03:42 - Welbert Queiroz

Setenta e um (71) casos de violência contra o idoso. Este é o número de ocorrências registradas no município de Imperatriz nos primeiros oito meses do ano. O que mais assusta, segundo os responsáveis por reestabelecer a saúde física e mental destas pessoas agredidas, é que a violência, na maior parte das vezes, parte dos próprios familiares.

"O Creas atende todos os tipos de violência, e um tipo de violência que é atendida no Creas é em relação à pessoa idosa. Hoje, os índices estão alarmantes: desde janeiro até o dia 30 de agosto, nós tivemos um quantitativo muito alto de 71 casos de violência à pessoa idosa”, afirma Jucilene Reis de Oliveira.

Maria Sousa, de 70 anos, reclama não apenas da violência, mas também do descaso e desrespeito dos prestadores de serviços de utilidade pública como, por exemplo, os motoristas de ônibus. “Muitos idosos desconhecem os próprios direitos que têm. Não são todos, mas muitos motoristas, quando um idoso vai subir no ônibus, antes de sentarmos nas cadeiras, eles saem. Não digo que eles fazem de propósito, mas às vezes por falta mesmo de conhecimento, pois o idoso não tem mais a sustentação e habilidade de quando éramos jovens”, explica.

Dos 71 casos de violência em Imperatriz, 31 são de abuso financeiro e negligência, 13 são casos de violência psicológica, 6 de maus tratos, além dos casos de falta de cuidados básicos, que configuram até mesmo maus tratos em algumas situações. A coordenadora do Creas garante que o centro luta para tentar combater esse tipo de violência no município. “Portanto, hoje fazemos todo o acompanhamento e temos toda uma equipe especializada para o atendimento para essa pessoa idosa, composta de psicólogos, assistente social e educadores. Esse atendimento se dá normalmente através de visitas domiciliares, porque, muitas vezes, a pessoa idosa não tem como se deslocar para ser atendida no Creas”, afirma.

"As famílias não denunciam porque, em sua maioria, são os causadores da violência. Por esse motivo é importante que a sociedade participe da nossa programação da Semana do Idoso como forma de conscientização, pois qualquer pessoa pode denunciar e defender o idoso”, explicou a um site de notícias a coordenadora da Casa do Idoso, Maura Barroso, informando ainda que 80% dos idosos sofrem de algum tipo de violência.

"Os idosos não querem ser bajulados, mas sim serem tratados com carinho e respeito”, protesta. 

Fonte: Jornal Correio Popular