Carta revela ligação de presos do Tocantins com facção criminosa

18/09/2013 18h42 - Atualizado em 18/09/2013 18h45

Agentes encontraram correspondência em cela de presídio de Araguaína.

Promotor diz que crimes podem provar ligação de presos com organização.

Do G1 TO, com informações da TV Anhanguera

Carta encontrada em presídio de Araguaína

comprova ligação entre detentos e facção

(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Agentes prisionais do presídio Barra da Grota de Araguaína, norte do Tocantins, encontraram uma carta em uma das celas da unidade, no início deste mês de setembro, que indica a relação de detentos do Tocantins com uma facção criminosa que tem origem no Rio de Janeiro. A correspondência, apreendida em uma revista de rotina, teria sido enviada por um dos líderes da organização.

O promotor de justiça Benedito Guedes, disse que há elementos na carta que comprovam a ligação dos presos com a organização. "Nós vemos aqui rituais de batismos, vários presos se batizando com siglas e matrículas instituídas, fazendo 'vaquinhas' para que as famílias sejam custeadas. Além disso, determinam os advogados que vão patrocinar as defesas, tudo muito típico de facções criminosas."

Segundo consta na carta, uma das intenções da facção seria a compra de uma casa para abrigar presos ligados ao grupo.

Promotor diz que crimes que vêm acontecendo no

TO possuem características de grupos organizados

(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Ainda segundo o promotor, o Ministério Público tem acompanhado há algum tempo a ocorrência de crimes com características de grupos organizados e que não aconteciam com frequência no estado. "Tráfico de drogas em grande quantidade, assaltos a bancos com uso de explosivos, fuzis de uso restrito das forças armadas sendo apreendidos, sendo que os assaltos a bancos e tráfico de drogas são meios pelos quais as facções se financiam."

Guedes ainda falou sobre a necessidade da Segurança Pública do Estado infiltrar um serviço de inteligência nas três maiores unidades prisionais do Tocantins, a de Palmas, de Araguaína e de Gurupi. "Todos nós sabemos que esta espécie de crime organizado começa nas unidades prisionais e se a investigação não for feita de maneira embrionária não tem como combater esta espécie de organização."

A Secretaria de Defesa Social ainda não se manifestou sobre o caso. A Polícia Civil informou que já está investigando a possível ligação entre os detentos e a organização. A Polícia Militar disse que continua realizando os trabalhos de fiscalização e combate ao tráfico de drogas em Araguaína.