NELSON MELO
ESPECIAL PARA O JP
Seguindo orientação da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), agentes, papiloscopistas e escrivães da Polícia Federal (PF) do Maranhão – categoria composta por cerca de 250 servidores no estado – deram início a uma paralisação de advertência, na manhã de ontem (5), com duração de 48 horas (dias 5 e 6). Os servidores protestam contra algumas práticas político-administrativas da alta cúpula do governo federal, em especial do Ministério do Planejamento.
Concentrados na entrada da sede da Superintendência da Polícia Federal, localizada na Cohama, e munidos de faixas que denunciavam o “sucateamento” da PF, os agentes reivindicavam, do governo federal, medidas imediatas que reestruturem a carreira, como a equiparação salarial com trabalhadores de outros órgãos, como os da Agência Nacional de Inteligência (Abin) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Também é reivindicado o repasse de mais recursos para o combate à corrupção e o fim da escolha, por critérios puramente políticos, dos cargos de chefia e funções comissionadas na instituição.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal no Maranhão (SSPF/MA), José de Ribamar Freire de Sousa, 55 anos, a situação já perdura por uma década, sendo que, nesse período, as partes investigativa e pericial não estão sendo privilegiadas.
Devido às péssimas condições de trabalho, no ano passado um total de 11 agentes, em todo o território brasileiro, cometeu suicídio, segundo o SSPF/MA.
Entre 2012 e 2013, 36 morreram no cumprimento de suas funções. “Sem contar que, por ano, 250 destes profissionais pedem exoneração, tendo em vista que passam em outros concursos públicos”, complementou José de Ribamar.
A categoria denuncia que, no ano passado, apenas 3% dos inquéritos policiais, na maioria relacionados ao tráfico de drogas e à corrupção, foram transformados em denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF), deixando os criminosos isentos de uma possível condenação pela Justiça.
Segundo os agentes, o governo federal, por conta do escândalo do “mensalão” petista, está, há mais de dez anos, tentando impedir que a PF cumpra com as suas devidas atribuições.
“Nós incomodamos o governo. Por isso, querem nos manter desestruturados”, frisou José de Ribamar Sousa.
O movimento de advertência da categoria está acontecendo nos 27 estados brasileiros, em dias alternados, definidos pela Fenapef.
Os agentes pretendem realizar outras paralisações, atos públicos e manifestações, até que as reivindicações sejam atendidas.
A possibilidade de uma greve por tempo indeterminado depende, também, da entidade nacional, e, caso a greve seja declarada, acontecerá em todo o país.
Fonte: Jornal Pequeno - Publicado em: 06/09/2013 - 10:20
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários geram responsabilidade. Portanto, não ofenda, difame ou dscrimine. Gratos pela contribuição.