02 março 2016

Quase 80% das notificações de microcefalia no Maranhão ainda permanecem em investigação

Microcefalia no MA

02/03/2016 às 14h57 - De Imirante (Reprodução)

Número de casos confirmados no estado subiu para 25 e outros 19 foram descartados; 148 famílias ainda aguardam resultado de exames
192 casos foram notificados no Maranhão em 2015/2016 (Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil)

SÃO LUÍS - De acordo com boletim divulgado nesta terça-feira (1º) pelo Ministério da Saúde, 148 notificações de microcefalia no Maranhão permanecem em investigação, o que representa 77% do total. O número de casos confirmados subiu para 25 e outros 19 já foram descartados.

O Maranhão ocupa o 8º lugar no ranking de estados com mais casos confirmados da doença. Pernambuco lidera a lista, com 215 confirmações; seguido de Bahia, com 136; Rio Grande do Norte, com 77; Paraíba, com 63.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), após a nova versão do Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia, o Ministério da Saúde atualizou os critérios para a confirmação dos casos de microcefalia em decorrência do Zika Vírus, que agora são dois: o físico (quando o exame constata que a medição do perímetro cefálico do bebê é igual ou inferior a 32 centímetros) e o clínico-radiológico (exame de imagem que apresenta alterações sugestivas de infecção congênita).

Após a atualização da nova versão do protocolo, o prazo para a confirmação da microcefalia por Zika Vírus no Maranhão, segundo a SES, pode variar entre uma ou até quatro semanas. Segundo a SES, após a notificação de cada criança nascida com perímetro cefálico igual ou inferior a 32cm, uma equipe revisa os prontuários do pré-natal de todas as mães e realiza entrevistas com as mães para saber se durante a gravidez houve algum sintoma do Zika Vírus. Após isso, é necessário a realização de exames de imagens da criança para a confirmação, que podem ser a ultrassonografia transfontanela até os três meses de idade ou a tomografia computadorizada.

Os hospitais que integram a rede de assistência à microcefalia em São Luís são: o Hospital Infantil Dr. Juvêncio Matos (estadual), a Maternidade Estadual Marly Sarney (estadual) o Hospital Odorico Amaral de Matos (municipal) e o Hospital Universitário Materno Infantil (HUUFMA). No interior, atualmente, dois hospitais integram a rede de assistência à microcefalia: o Hospital Materno Infantil de Imperatriz (estadual) e a Maternidade Carmosina Coutinho em Caxias (municipal).

Conforme informou a SES, após a notificação de microcefalia, a família passa a receber apoio de uma equipe multidisciplinar, que conta, entre outros profissionais, com assistentes sociais e psicólogos que ajudam e orientam as famílias a lidarem com a nova realidade.

Brasil

No país, o Ministério da Saúde e os estados investigam 4.222 casos suspeitos de microcefalia. Isso representa 71,5% dos casos notificados. O novo boletim divulgado ontem aponta, também, que 1.046 notificações já foram descartadas e 641 confirmadas para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Ao todo, 5.909 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 27 de fevereiro.

Os 641 casos confirmados ocorreram em 250 municípios, localizados em 15 unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Já os 1.046 casos foram descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalia e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infecciosas.

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