31/03/2014 19h18 | Atualizado em: 31/03/2014 19h32
Arquivo Pessoal
A greve dos professores do estado do Tocantins foi provocada pela ineficácia do governo em não apresentar um Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS) que realmente valoriza o professor. Qualquer outra categoria dobra ou triplica seu salário até chegar sua aposentadoria. No caso dos professores após 25 ou 30 anos de trabalho, realizando pós-graduações e vários cursos o valor aumenta apenas 30% em alguns casos, não em todos, pois para uma parcela é bem menor este valor.
No que se refere à reposição salarial, nós temos perdido ano após ano, pois uma vez que só na cabeça dos administradores deste estado fala que reposição salarial é igual a aumento e ainda divide em 5 meses ou mais a referida reposição. Em 2011 o aumento, tratado como reposição foi de 7%, enquanto o governo federal aumentou os recursos da educação destinados para a elevação do piso salarial foi de 8,32%. Devo ressaltar que a inflação neste período foi de 6,5% (dados do IBGE). Se usarmos como referencia o Dieese ai o índice é maior, não posso esquecer a correção e o aumento do salário mínimo que totalizou 7% e que a arrecadação do Tocantins foi maior que o ano de 2010, perfazendo um total de mais de 1,600.000.000 (1 bilhão e 600 milhões) conforme comemoram os governantes.
Em 2012 a reposição do salário dos professores do Tocantins foi corrigido/aumentado em 5,57%, que foi repassado através de parcelamento, o governo Federal aumentou o repasse para educação com a finalidade de conceder uma elevação de 22% no piso dos professores. No entanto, nossa reposição ficou em 5,57% e a inflação foi de 5,84%, já o salário mínimo teve uma correção de 14,13% e a inflação do período foi de 5,84%. No ano de 2012 a arrecadação do estado do Tocantins ficou em 1 bilhão e 400 milhões. Em 2013 não há indicativo de proposta do governo para aumento correção, a inflação acumulada desde outubro de 2012 a maio de 2014, período que deve ser feito a correção salarial, ficou entre 9% a 10%. O salário mínimo teve uma correção de 6,79%.
Sobre este assunto econômico devemos citar que nos últimos anos os governos estaduais e federais tem batido recordes de arrecadação, no que se refere ao estado do Tocantins, houve um ajuste na folha de pagamentos dos professores no qual demitiu uma grande quantidade de contratos que atuavam nas escolas.
Devo citar que em 2.000 o salário mínimo definido pelo governo Federal era de R$ 151,00 e o salário do professor do Tocantins era de R$1540,65. Em 2002 o salário mínimo definido pelo governo Federal era de R$ 240,00, já o salário do professor do Tocantins era de R$ 1.560,00. Em 2014 o salário mínimo definido pelo Governo Federal é de R$ 724,00, enquanto o salário de professor no Tocantins está no valor de R$ 3.233,00.
Podemos perceber ai uma clara desvalorização da categoria, que somada a inoperância do estado em discutir um PCCS que está nas mãos desde 2011, que poderia corrigir esta distorção, uma vez que as outras categorias do estado tem aumento decorrente da progressão no valor de 10% a 15% a cada 2 anos, nós professores avançamos entre 2% a 5% a cada 3 anos quando se tem disposição orçamentaria.
Mas como eles resolveram engavetar um documento, que segundo consta, se encontra desde 2011 nas mãos do governo e até o presente momento nenhuma proposta concreta foi realizada. Cabe a esta categoria declarar greve e pressionar por todos os meios possíveis para que tenhamos um plano de Cargos e Salários digno, como sugestões deviam adotar como referência o salário dos juízes estaduais, ou dos secretários das pastas de governo.
O direito da categoria se manifestar, questionar reivindicar é descente e não pode ser de forma alguma desmerecido, uma vez que as condições de trabalho fazem com muitos professores sobrevivam pouco depois da aposentadoria. Isto por causa das doenças adquiridas no exercício da função, sem lembrar que o governo fez a mágica para desaparecer com milhões do Igeprev, de acordo com dados preliminares. Finalizando esta primeira etapa observe o quadro abaixo e acredito que todos serão convencidos que a categoria está completamente correta e já cansou de esperar.
Fonte: Elaboração própria.
Dentro de algum tempo, se persistir esta progressão salarial estabelecida pelo governo do Tocantins, o salário mínimo será maior que a remuneração dos professores tocantinenses, sem falar que não teremos direito a aposentadoria, pois ninguém explica como milhões desapareceram nos últimos anos.
Greve é a única arma que temos contra o presente governo, sem retroceder professores, sem luta, não haverá o doce sabor da vitória.
Jauber Araujo Leal; Coordenador Pedagógico da Rede Estadual do Tocantins; Graduado em Pedagogia em Administração Escolar pela Universidade Estadual do Pará-UEPA, Pós graduado em Gestão Escolar, História e Geografia. E-mail: ajj2005_77@hotmail.com
(Portal Guaraí Notícias)
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