01 março 2014

XAMBIOÁ: Filho manda mensagem para rádio e localiza a mãe após 36 anos

28 de fevereiro de 2014

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Os ouvidos atentos de uma copeira de Xambioá, no Bico do Papagaio, vai proporcionar o reencontro de mãe e filho após 36 anos. A mulher ouviu em uma rádio da cidade uma mensagem de um homem que procurava pela mãe biológica. Disposta a ajudar chegou à Gildenir Moreira, 58 anos, que confirmou o desaparecimento do filho em 1978. Após contatos o reencontro foi marcado, será neste sábado (1º), em Xambioá.
A copeira Aparecida Silva Sousa, de 49 anos, não desgruda do seu rádio à pilha. Em janeiro deste ano, ouviu uma mensagem que chamou a atenção dela. “Escutei o recado do filho que procurava a mãe. Liguei para o pastor [locutor do programa] e disse: não tira do ar que eu acho que conheço [a mãe]”, conta.
Já desconfiada de quem poderia ser a mãe, Aparecida encontrou com o marido de Gildenir Moreira e perguntou se a mulher dele tinha outros filhos. Ele disse que sim, mas que eles moravam na cidade de Estreito (MA). “Aí eu perguntei se não tinha outro, criado por outra família. Eu disse o nome que escutei na rádio e ele falou que achava que era o mesmo [menino desaparecido].”
A partir da informação, a copeira procurou o apresentador da rádio e pediu para ele ligasse para o possível filho da mulher, que se chama Ronolfo e mora em Indiara, a 90 km de Goiânia. Gildenir e Ronolfo entraram em contato por telefone e descobriram que realmente são mãe e filho. Desde então, se falam todos os dias.
Com o reencontro marcado, a copeira Aparecida diz que o sentimento é de realização. “Fiquei muito feliz, tantas pessoas fazem a gente chorar por maldade e eu fiz ela chorar de alegria, nem sei explicar”, resumiu.
O filho
“Meu coração pede para eu ir a Xambioá. Meu coração diz que meu lugar era lá.” As palavras de ansiedade são do mecânico industrial Ronolfo Pereira Santana, de 38 anos, que descobriu a mãe biológica após 36 anos.
Ronolfo conta que cresceu ouvindo a mãe adotiva dizer que Gildenir o teria dado por ser muito nova e não ter condições de criá-lo. “Já era grande, com uns oito, dez anos, aí que fui entender essa história”, diz, acrescentando que morou no Maranhão durante a infância e quando soube que era adotivo, a mãe de criação contou que ele nasceu em Xambioá, no norte do Tocantins.
Morando em Indiara (GO), Ronolfo diz que sempre quis saber quem era sua mãe biológica. Então, a esposa dele, a enfermeira Margarida Ferreira Moreira, resolveu enviar um e-mail para uma rádio em Xambioá. A mensagem do filho procurando a mãe foi divulgada e a história começou a mudar.
Após os primeiros contatos por telefone, Ronolfo já demonstra carinho por Gildenir e ansiedade pelo reencontro. “É bom o jeito que ela fala, é como mãe mesmo. Ver a mãe da gente, ver os irmãos. Eu pensava que ela tinha me dado porque não me queria e não é isso.”
A mãe
Gildenir que tem outros quatro filhos, dois mais velhos que Ronolfo, tinha 20 anos quando o filho desapareceu. Ela diz que deixava a criança sempre com uma vizinha para trabalhar e um dia, essa mulher foi para a cidade de Araguaína comprar mercadorias para revender e levou o menino. “Ela sempre pedia para eu dar ele e eu sempre dizia: meu filho eu não dou não”, ressalta.
Depois que o filho sumiu, Gildenir diz que sofreu muito. “Fiquei louca, eu fiquei doente, comecei uma depressão”. Ela ainda conta que a criança não era registrada, mas tinha sido batizada como Ronolfo Filho. “Sempre rezava para o meu Jesus e dizia: antes de morreu eu vou ver o meu filho.” Na época, a criança foi procurada, mas sem sucesso.
A notícia de que o filho tinha sido encontrado é o começo de um sonho para Gildenir. “Quando a Aparecida veio aqui, Ave Maria! Chorei demais! Alegria demais”, exalta a mãe.
Reencontro
O reencontro tem data marcada. Ronolfo chega a Xambioá neste sábado (1º) e deve ser recebido com uma carreata pela cidade que tem cerca de 11 mil habitantes. Ainda existem questionamentos pelo passado, mas tanto mãe como filho afirmam que apenas um novo começo feliz é o que interessa. (G1)
(Folha do Bico)

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