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Policial suspeito de atirar em Ricardinho no momento da denteção usando capuz preto. |
A Justiça converteu a prisão do policial militar Luis Paulo Mota Brentano, 25, suspeito de efetuar os disparos que mataram o surfista Ricardinho dos Santos, de flagrante para preventiva.
O pedido foi feito pelo Ministério Público de Santa Catarina e a decisão foi emitida pela 1ª Vara Criminal de Palhoça, na última quarta-feira (21). Brentano está preso no Batalhão da Polícia Militar de de Joinville, no Norte do estado, onde está lotado desde 2008.
Ricardinho e Brentano teriam se desentendido em frente à casa do surfista, na Guarda do Embaú, em Palhoça, município da Grande Florianópolis. O polícial confessou ter dado dois tiros na vítima. As balas perfuraram vários órgãos internos e Ricardinho morreu no hospital na terça (20).
Na decisão, o juiz observa as circunstâncias do crime e afirma que a prisão cautelar do policial se justifica pela necessidade de se assegurar a ordem pública. "[...] Sobretudo quando a vítima era morador e nativo daquela localidade, esportista e quando do acontecido simplesmente ajudava o avô a realizar algum conserto na residência dele. O acusado, por sua vez, é policial militar, agente que deveria zelar pela ordem e segurança da sociedade mas que, ao contrário, cometeu o crime estando fora de serviço, severamente embriagado [...], fazendo uso da arma que lhe é cedida pela Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, deixando de prestar ou solicitar socorro algum à vítima Ricardo e, tampouco, comunicar à polícia", diz a decisão.
Em depoimento à policia, o suspeito alegou legítima defesa e afirmou que Ricardinho o ameaçou com um facão. Sobre isso, a decisão alega que não há provas suficientes.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Florianópolis confirmou na quinta-feira (22) que o PM suspeito ingeriu álcool na segunda (19), dia do crime, mas o exame toxicológico não detectou o uso de outras drogas.
Uma das versões do crime relatada por testemunhas à Polícia Civil diz que o PM estaria consumindo drogas em frente à casa do surfista, o que teria causado do desentendimento. A tese foi contestada pela defesa do suspeito, que alegou que o cliente não usa drogas e se colocou à disposição para o exame toxicológico.
O diretor-geral de IGP, Miguel Acir Colzane, disse que caso o policial tivesse utilizado outras drogas, haveria vestígios na amostra de sangue coletada. "A cocaína fica por até três dias presente na corrente sanguínea. Foi constatado apenas alcoolemia no teste", disse.
Investigação Segundo o laudo do IML, um dos projéteis atingiu o lado esquerdo do corpo de Ricardo dos Santos, o atravessou e saiu pelo lado direito, perfurando órgãos internos. O outro tiro acertou as costas e a bala ficou alojada na vértebra lombar.
Essas informações, segundo a polícia, podem derrubar a versão dada pelo soldado de legítima defesa. O advogado de Brentano afirma que manterá o argumento que, segundo ele, independe da posição em que os dois estavam na hora dos tiros.
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