17 outubro 2014

Segunda cota de volume morto é ‘interesse público’, diz tribunal

Publicado em: 17/10/2014 - 11:02        -     De: Jornal PequenoFonte: G1/Autor: Alessandro Meirelles
Após a derrubada da liminar que impedia a captação da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, o presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), desembargador federal Fábio Prieto, disse que a decisão foi tomada para “evitar grave lesão à ordem e ao interesse público”. Em nota, Prieto afirmou que a intervenção da presidência dos tribunais, por meio da suspensão de liminares, é uma “medida excepcional”, para casos de interesse público ou de flagrante ilegitimidade.
A liminar derrubada nesta quinta-feira (16) havia sido concedida no último dia 10 pelo juiz federal Miguel Florestano Neto, da 3ª Vara Federal em Piracicaba. Ela atendeu ao pedido feito pelos ministérios públicos Federal e Estadual do município, que exigia a revisão imediata das vazões de retirada do Sistema Cantareira, impedindo o uso da segunda cota do volume morto e estabelecendo um prazo de cinco anos para a recuperação das represas.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee) recorreram e pediram a suspensão da liminar. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) comentou a decisão durante passagem por Ribeirão Preto (SP), na manhã de quinta-feira (16), e disse que o tema não deve ser judicializado.
Ainda no comunicado divulgado nesta quinta-feira, o juiz Prieto afirma que a “a decisão questionada potencializa grave lesão à ordem e ao interesse público”, destacando que a fundamentação do Juízo de 1º grau tem caráter “eminentemente local”.
A liminar derrubada obrigava a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Daae a assegurar que o consumo do chamado volume morto 1 não se esgotasse antes do dia 31 de novembro, evitando prejuízos iminentes à bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
“É importante dizer que, independentemente de ação judicial, a situação hídrica é gravíssima e os órgãos gestores precisam tomar decisões coerentes para evitar um mal maior para toda região”, disse a promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) em Piracicaba, Alexandra Facciolli, uma das autoras da ação civil pública.
MPs explicam motivos de ação instaurada contra gestão do Sistema Cantareira em Piracicaba (Foto: Araripe Castilho/G1)
MPs explicaram motivos de ação contra gestão do Cantareira em Piracicaba (Foto: Araripe Castilho/G1)

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