15 junho 2013

O CORPORATIVISMO NA SOCIEDADE ATUAL






   O corporativismo pode ser entendido como vínculos decorrentes do sentimento de grupo, de pertencer a um mesmo seguimento profissional, funcional, institucional ou social. Há setores que se defendem com todas as forças, de todos os meios a fim de proteger seus pares. Os militares, os médicos, os taxistas, os advogados, os políticos e mesmo os estudantes, dependendo da situação se defendem e formam um corpo, uno, coeso.
  O corporativismo, quando se manifesta dentro das normas, regulamentos e preceitos éticos é salutar, porém, quando ultrapassa os parâmetros institucionais acaba por defender os interesses de alguns em prejuízo dos demais, coletivos, sociais.
    Não é fácil romper com tal fenômeno, pois, em geral, age-se como se fosse consigo mesmo, com um amigo ou parente próximo e, assim, torna-se difícil atuar contra quem poderá ajuda-lo num momento de necessidade, no interesse particular.
    Observe-se a realidade de quase todas as instituições, sejam as executivas, as legislativas e até mesmo as judiciárias. Raramente agem contra os interesses de seus pares. Exemplos? Não faltam: seja os auxílios paletó, moradia, cartões coorporativos, pensões vantajosas e inúmeros outros benefícios, nem sempre divulgados pela mídia, pois o que interessa não se divulga, divulga-se apenas o que convém.
    As normas existem, mas, em geral, quando quem vai cobrar é um amigo, parente ou companheiro de trabalho de longa data a exigência nem sempre se efetiva, uma vez que quase sempre o subordinado sabe que vai ser tolerado, enquanto o “chefe” acaba por suavizar o rigor. Então, com certeza é por isto que muitas empresas e instituições não contratam parentes para o mesmo setor ou função. Para que os interesses pessoais não se sobreponham aos institucionais. Daí a vedação ao nepotismo (contratação de parentes por parentes), pois é injusto, visto que enquanto é bom para quem é selecionado por critérios pessoais, os demais membros da sociedade ficam excluídos de tais oportunidades públicas, até por que o cargo público deve atender aos interesses de toda a sociedade, o que, em geral, ocorre quando a seleção é imparcial, pública e criteriosa.

Francisco Monteiro

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