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Ação afirma que ela se beneficiou
politicamente de um programa habitacional iniciado em março de 2010
Wilson Lima, iG Maranhão | 15/04/2011 20:33
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O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do mandato da
governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB). O argumento do MPE é que a
pemedebista se beneficiou politicamente de um programa habitacional chamado
“Viva Casa”, durante o ano passado, quando foi reeleita em primeiro turno.
Somente em 2010, conforme a ação do MPE, foram abertos créditos da ordem de R$
62,8 milhões para o programa “Viva Casa”. A ação do Ministério Público
Eleitoral tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).
Roseana Sarney (PMDB), governadora do Maranhão
Segundo o procurador eleitoral Régis Richael Primo da Silva, o programa
“Viva Casa” foi instituído no Estado sem prévia aprovação orçamentária na
Assembléia Legislativa do Estado (AL-MA). Além da necessidade de lei
específica, Silva também declara na ação que um programa como esse deve ser
iniciado, no máximo, um ano antes do ano eleitoral.
O programa “Viva Casa” foi criado com o objetivo de atender famílias
carentes no Estado por meio da construção de unidades habitacionais populares e
distribuição de “kits construção”, contendo areia, cimento, barro, entre outros
itens. “Observa-se que no pleito de 2010 a representada Roseana Sarney
utilizou-se de programa social, instituído à revelia do procedimento legal (sem
dotação orçamentárai no exercício anterior e sem lei específica), para promover
sua candidatura ao Governo do Estado, em desrespeito ao princípio da isonomia
entre os candidatos”, declara o procurador Régis da Silva na ação.
Ainda conforme o procurador Régis Richael da Silva, o programa foi
instituído por meio da resolução 001/2009, editada em 03 de novembro de 2009. O
programa seria vigente entre novembro de 2009 e dezembro de 2010. Régis da
Silva argumenta que o “Viva Casa” teve suas primeiras ações apenas em março de
2010. Para ele, “fato que já desconstitui eventual alegação de que houve a continuidade
da execução do programa de um exercício financeiro para o outro”.
A denúncia contra Roseana Sarney é similar àquela que levou à cassação
do ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB). Cunha Lima foi cassado
por indícios de corrupção eleitoral por causa da distribuição de cheques do
programa “Ciranda de Serviços”. Nesse programa, Lima distribuiu aproximadamente
R$ 3,5 milhões em cheques. A cassação do ex-governador da Paraíba, inclusive, é
utilizada como peça de sustentação do procurador Régis Silva contra a
governadora Roseana Sarney.
A decisão do MPE teve como base representação impetrada no ano passado
pela coligação “Muda Maranhão”, do ex-candidato ao governo do Estado, Flávio
Dino (PCdoB). Agora, a ação transcorre no Tribunal Regional Eleitoral (TER-MA).
Além dessa ação, Roseana é alvo de mais duas ações de cassação de mandato no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A governadora do Maranhão não se pronunciou
sobre o caso até o fechamento desta matéria.
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