Dados coletados por satélites de referência do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, em setembro, foram
registrados 15.622 focos de incêndio em todo o Brasil. Esse volume
representa aumento superior a 160%, em relação ao mesmo período de 2013,
quando o Inpe registrou 5.946 focos.
Os dados revelam que o Mato Grosso é o estado mais atingido por
incêndios, seguido pelo Pará e Maranhão. Juntos, os três somam quase 44%
do total de focos ao longo do mês. O Pará também se destaca por abrigar
o município com o maior número de registros, São Félix do Xingú, com
551 focos.
Conforme informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o aumento dos registros não é
surpresa. A condição climática e o acúmulo de matéria orgânica,
decorrente da redução das queimadas do ano passado, favoreceram esse
crescimento.
O Ibama avalia que a construção de aceiros negros é a maneira mais
eficaz de prevenir os incêndios. Eles servem de controle da queima da
vegetação, consequentemente impedem o avanço do fogo. Para evitar, o
descontrole, técnicos do instituto ressaltam a importância de ações de
educação ambiental junto à população.
Para esses técnicos, é considerado incêndio o fogo que se espalha sem
controle pelas florestas e matas, originado ou não pelo homem. Já as
queimadas têm a presença direta do homem e são utilizadas,
principalmente, para “trabalhar” determinada área para plantio ou
pecuária.
Devido ao baixo custo, a prática de limpeza de terrenos com uso de
queimadas é tão comum como os riscos que ela representa. Em Mato Grosso,
por exemplo, a técnica é proibida de 15 de julho a 15 de setembro.
Os biomas amazônico e Cerrado totalizam 87% do volume de queimadas e
incêndios em todo o território nacional. Analista ambiental do ICMBio,
Angela Barbara Garda informou à Agência Brasil que o incêndio
transforma-se em ameaça à biodiversidade quando compromete seguidamente a
reprodução das espécies, impedindo sua perpetuação a longo prazo. “É
importante lembrar a existencia de ambientes sensíveis, mas tolerante e
até dependentes do fogo”, salientou.
(Imirante.com).
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