25 novembro 2015

PF prende senador Delcídio do Amaral e banqueiro André Esteves

Em 25 de novembro de 2015 às 11:35 - De Vio Mundo (Reprodução)

Hoje às 09h22 – Atualizada hoje às 10h37

PF prende senador Delcídio do Amaral e banqueiro André Esteves

Parlamentar é acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato


O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) foi preso na manhã desta quarta-feira (25/11) pela Polícia Federal. Também foram realizadas buscas e apreensões no gabinete do senador, no Congresso. Além de Delcídio, a Polícia Federal prendeu o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, o chefe de gabinete Delcídio, Diogo Ferreira. Há ainda mandado de prisão contra o advogado Edson Ribeiro, que defendeu Nestor Ceveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras.

A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que apontou o oferecimento de vantagem como por exemplo uma mesada de R$ 50 mil para família de Cerveró. A operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois que o Ministério Público Federal apresentou evidências de que Delcídio tentava atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Delcídio havia sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que o acusou de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. A prisão de André Esteves está ligada a inquéritos no âmbito da Lava Jato que tramitam no STF.

Vale destacar que Delcídio do Amaral ingressou nos quadros do Executivo nos anos 1990. Em março de 1994 ocupou a secretaria executiva do Ministério das Minas e Energia, onde permaneceu até setembro. No final do governo Itamar Franco foi ministro de Minas e Energia, de setembro de 1994 a janeiro de 1995.

Foi filiado ao PSDB de 1998 a 2001. Fez parte da diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o Escândalo do Apagão, a crise de energia de 2000/2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Em 2005, presidiu a CPMI dos Correios, que apurou o mensalão — esquema de corrupção no qual votos de parlamentares eram comprados.

Investigações

De acordo com as investigações, o senador teria até mesmo oferecido possibilidade de fuga a Cerveró em troca de ele não aderir ao acordo de delação premiada com a Justiça, revelando as irregularidades da operação. A conversa foi gravada por um filho de Cerveró.

Essa é a primeira vez que um senador é preso no exercício do cargo. Neste tipo de ação, de obstrução de investigação, a conduta é considerada crime permanente.

De acordo com a Constituição em casos de prisão em flagrante “os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.

A decisão do ministro Teori Zavascki atende ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ministro pediu que fosse convocada para a manhã desta quarta a realização de uma sessão extra da segunda turma do tribunal, que é responsável pelos casos que envolvem o esquema de corrupção da Petrobras.

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Depois do enlace, os noivos [Nota do Viomundo: Aécio Neves e a atual esposa] partiram para Nova York, com passagens aéreas pagas pelo banco BTG Pactual, que também reservou uma suíte para o casal, de segunda a quarta-feira, no exclusivo hotel Waldorf Astoria. Mas não se tratou de presente de casamento. De acordo com a assessoria do tucano, o banco havia convidado Aécio a fazer uma palestra num evento voltado para investidores estrangeiros em Nova York. O convite se deu em agosto e, como é de praxe, incluía passagens aéreas e hospedagem para o palestrante e um acompanhante. No caso de Aécio, segundo a assessoria, ele declinou de cobrar pela palestra. A assessoria do BTG Pactual disse que o banco não se pronunciaria sobre o caso.

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Preso, Marcelo Odebrecht cita presidente do BTG Pactual

Bilhete escrito à mão pelo empresário foi disponibilizado no site da Justiça Federal do Paraná, nesta quarta-feira


O empresário Marcelo Odebrecht, preso desde a última sexta-feira, escreveu um bilhete aos seus advogados falando em “destruir” mensagem de email sobre sondas e citando o nome de André Esteves, controlador e presidente do BTG Pactual .

Executivos da Odebrecht, maior empreiteira do Brasil, são acusados de estar entre os protagonistas do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras , alvo da operação Lava Jato que investiga corrupção em contratos da estatal envolvendo funcionários da petroleira, executivos de empreiteiras, políticos e partidos.

No bilhete, Marcelo escreveu “destruir email sondas”, em referência a documento eletrônico que motivou sua ordem de prisão pelo juiz Sergio Moro.

Para pedir a detenção do presidente da Odebrecht, o magistrado citou mensagem eletrônica enviada ao empresário e a outros executivos da Odebrecht a respeito de sobrepreço de até US$ 25 mil por dia em contrato de operação de sondas.

Segundo a advogada Dora Cavalcanti, que representa a Odebrecht e seus executivos, o bilhete de seu cliente foi mal interpretado. Ela disse que o verbo “destruir” foi usado no sentido de “explicar” ou “rebater” o conteúdo do email sobre sondas.

No manuscrito, o presidente da Odebrecht também sugere aos advogados que recuperem “história de iniciativa André Esteves”.

Em seguida, Marcelo Odebrecht cita a “Sete”, referindo-se à empresa de sondas Sete Brasil, fornecedora da Petrobras que enfrenta grave crise financeira e que tem a unidade de participações do BTG Pactual e clientes da gestora de recursos do banco como sócias.

A advogada da empreiteira confirmou que Marcelo Odebrecht está falando do presidente do BTG Pactual e da Sete Brasil para que se esclareça o contexto do email sobre sondas.

Procurada, a assessoria do BTG Pactual não comentou o assunto.

As units do BTG Pactual negociadas na bolsa paulista chegaram a cair mais de 5% nesta quarta-feira, com operadores atrelando o movimento ao fato de o nome André Esteves ter aparecido no bilhete escrito por Marcelo Odebrecht aos advogados. Os papéis do BTG Pactual terminaram o pregão na bolsa paulista em baixa de 3,68%.

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Banqueiro preso ofereceu R$ 4 mi para Cerveró, diz ministro do STF

MARIO CESAR CARVALHO

DE SÃO PAULO

25/11/2015 10h31

Preso nesta quarta-feira (25) por tentar atrapalhar as investigações Operação Lava Jato, o banqueiro André Esteves teria participado de um plano de fuga para tirar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró do país e, assim, evitar sua delação.

Segundo relato do ministro do STF Teori Zavascki a colegas, Esteves teria se proposto a bancar os R$ 4 milhões da operação. O valor serviria também para excluir o banqueiro das denúncias de Cerveró, ainda de acordo com relatos de Teori. O senador Delcídio do Amaral (MS), líder do PT no Senado, também foi preso por participar do esquema.

O pagamento seria feito por meio de contratos simulados entre um dos advogados de Cerveró, Edson Ribeiro, com o banco BTG, do qual Esteves é o principal sócio. Ribeiro, por sua vez, repassaria o dinheiro para a família de Cerveró, ainda de acordo com o relato de Teori a ministros do Supremo.

Nos depoimentos que prestou na fase de negociação de sua delação premiada, Cerveró disse que Esteves foi beneficiado em negócios com uma rede de postas da BR Distribuidora.

Teori disse a seus colegas que Esteves tinha cópias sigilosas dos depoimentos que Cerveró prestou aos procuradores para fazer o seu acordo de delação.

O ministro imputou também ao senador o crime de integrar organização criminosa.

Antes das gravações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido o arquivamento da investigação em torno de Delcídio por considerar que não havia provas contra o senador.

O plano de fuga chegou à Procuradoria Geral da República por meio do filho de Cerveró, que participou de reuniões com Delcídio e o advogado e gravou tudo. As gravações são a principal prova contra Delcídio e o banqueiro, segundo procuradores. Numa das conversas, de acordo com o relato de Teori, o senador disse que o Paraguai era uma opção mais adequada para se chegar à Espanha do que a Venezuela.

Cerveró tem dupla nacionalidade: é espanhol e brasileiro. Ele negociava a sua delação há três meses, sem sucesso. Com a entrega das provas do plano de fuga, sua situação mudou completamente.

OUTRO LADO

Em nota, o BTG diz que vai colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos investigados.

A Folha não conseguiu localizar até o momento o advogado de e Delcídio. Edson Ribeiro está em viagem nos Estados Unidos.

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