28 março 2015

SÃO LUÍS - Se tivesse sido implantado, VLT transportaria 200 mil pessoas por dia

SE TIVESSE SIDO IMPLANTADO

Em 28/03/2015 às 07h00 - IMIRANTE.COM (Reprodução)

A locomotiva foi adquirida por R$ 7 milhões retirados dos cofres públicos.

Foto: Flora Dolores/O Estado.

SÃO LUÍS – Duzentas mil pessoas. Essa seria a quantidade de passageiros por dia que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) seria capaz de transportar em São Luís, isso somente em uma linha. No entanto, o que deveria ser uma solução para melhorar a mobilidade urbana da cidade, tornou-se um problema, que já dura dois anos e seis meses.

O projeto inicial previa a criação de duas linhas que ligariam o bairro da Praia Grande, região central da capital, ao Tirirical. E outra da Praia Grande a área Itaqui-Bacanga, mas o sistema não chegou a ser instalado.

O projeto foi anunciado no dia 14 de junho de 2012, pelo então secretário-adjunto de Trânsito e Transportes, José Arthur Cabral Marques, ainda na gestão João Castelo. Três meses depois, a locomotiva chegava a capital maranhense, adquirido por R$ 7 milhões retirados dos cofres públicos e pagos a empresa cearense Bom Sinal Indústria e Comércio LTDA.

Sem nunca ter sido utilizado pela população, o VLT foi retirado do Terminal de Integração da Praia Grande em dezembro de 2013 e levado ao galpão da empresa Transnordestina Logística S.A, na BR-135. Mesmo sem utilização, o VLT custa, mensalmente, aos cofres públicos R$ 415 mil reais de contratos de locação para a guarda da locomotiva e contrato de estudo para viabilidade.

Usuários do transporte coletivo sofrem com a falta de alternativas

Foto: Paulo Soares/O Estado.

Enquanto o VLT sofre a ação do tempo, no galpão onde está guardado, e permanece sem previsão para ser instalado, a população sofre em ônibus lotados e que não suprem a necessidade dos usuários de transporte coletivo. Como é o caso da doméstica Maria Martins, de 52 anos. Ela contou a nossa reportagem que todos os dias enfrenta uma verdadeira maratona para chegar ao trabalho no bairro do Calhau. Segundo Maria, para chegar ao seu destino ela percorre mais de 18 quilômetros, que ela realiza em duas horas, utilizando ônibus. Esse mesmo percurso, com o VLT, poderia ser feito em 25 minutos. “Nós precisamos de mais alternativas. Estamos reféns”, lamentou.

Em situação semelhante, a auxiliar administrativa Rita Almeida, de 35 anos, moradora do Anil, também passa por dificuldades para chegar ao seu local de trabalho, no Centro de São Luís. “Todo dia é a mesma coisa. Os ônibus estão sempre lotados e gasto mais de uma hora para chegar ao serviço e mais uma hora para voltar. É um sacrifico diário, mas eu tenho de fazer. Não tem outro jeito”, reclamou.

Por meio de nota, a Prefeitura de São Luís informou que está em andamento, no Ministério das Cidades do governo federal, o projeto propondo um novo traçado para o VLT, visando atender a um percurso de 6,4 quilômetros da área Itaqui-Bacanga ao Centro da cidade. A proposta é que o projeto seja viabilizado por meio do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC 3. A prefeitura informou, ainda, que já estão em andamento tratativas com a equipe da nova gestão estadual para viabilizar parceria a fim de que a instalação do sistema de transporte sobre trilhos seja, de fato, efetivada em São Luís.

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