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Ex-candidato à Presidência e ministro da Integração Nacional no governo Lula, Ciro Gomes afirmou que o irmão, Cid Gomes, não deveria recuar diante dos deputados durante a sua ida à Câmara, na tarde desta quarta-feira (18). “Acho que ele tem que afirmar o que ele disse, explicar por que ele disse isso, e voltar para casa serenamente”, avaliou.
A audiência foi convocada pelo Parlamento, que queria explicações sobre as declarações que o agora ex-responsável pelo MEC (Ministério da Educação) deu em um evento na Universidade Federal do Pará, no dia 27 de fevereiro, dizendo quehá no Congresso Nacional “400 ou 300 achacadores”, que se aproveitam da fraqueza do governo para levar vantagens.
O então ministro da Educação acabou se envolvendo em um bate-boca com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e demais parlamentares para, pouco depois, deixar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Falar a verdade nesse País, principalmente nesses tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos”, afirmou Ciro, em entrevista ao blog do Eliomar, do jornal cearense O Povo.
O ex-ministro de Lula, que não estava em Brasília durante a confusão envolvendo o irmão, ainda alertou que Dilma precisa ouvir as queixas que vêm das ruas.
“Qualquer governo que não queira cair tem que prestar muita atenção nos recados das ruas. Jamais se viu multidões deste tamanho se movimentarem se não houver uma razão real. E essas razões reais o governo precisa ter sensibilidade, modéstia, humildade, e a competência para entender”, comentou Ciro Gomes.
Sobre o pacote anticorrupção lançado por Dilma horas antes, Ciro disse que ele “passa longe do que importa”, para se explicar em seguida:
“O que importa é a economia, amigo. A recessão é uma ameaça. A moeda do Brasil está derretendo diante das moedas internacionais. E isso significa que a renda média do brasileiro está sendo derretida. A recessão ameaça o empreendedor e daqui a pouco avançará sobre o nível de emprego do país. Você tem uma situação de inflação que ameaça o poder de compra das famílias dos trabalhadores. Um quadro absolutamente preocupante”, completou.
A exoneração de Cid Gomes foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (19). Enquanto um novo ministro não é indicado por Dilma, o secretário executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, deve ficar no comando interinamente. Ele já vinha exercendo a função desde a semana passada, quando Cid se afastou para tratamento de saúde.
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