Empresário conta que emprestou aeronave a Douglas Marcelo Alencar Schimitt, preso na operação de Goiás
22/09/2014 18h20m - De: Surgiu
Apesar de não esconder que votará no candidato a
governador da coligação "A Experiência Faz a Mudança", Marcelo Miranda
(PMDB), o proprietário da Construtora Alja Ltda, Ronaldo Japiassu - e
dono avião apreendido na operação da Polícia Civil, em Piracanjuba (GO),
na quinta-feira, 18 -, garantiu ao CT que não tem nenhum acordo com o
peeemedebista e nem com o governador e candidato à reeleição Sandoval
Cardoso (SD). "Não sirvo a nenhum patrâo", avisou. Japiassu assegurou ao
site, em entrevista na manhã desta segunda-feira, 22, que nunca alugou
avião para candidatos em eleições no Estado.
Ele negou ter ser amigo íntimo de Marcelo. Japiassu disse que foi apresentado ao ex-governador somente depois que o peemedebista foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2009. "Fomos apresentados por um amigo comum e nos vimos poucas vezes", afirmou.
Já em relação a Sandoval, o empresário garantiu que não o conhece pessoalmente. "Nunca estive com ele", assegurou. Japiassu afirmou que o contrato de R$ 17,4 milhões que sua empresa assinou com o governo do Tocantins é resultado de uma licitação que venceu sem qualquer interferência política, pedindo um preço R$ 10 milhões abaixo da segunda colocada.
Em relação aos dois contratos que teve no governo Marcelo Miranda - no valor total de R$ 4.162.193,88 - foram licitados e fiscalizados pelo Banco Mundial. O empresário disse que a Alja venceu com valor R$ 600 mil abaixo da segunda colocada. "Por isso, não devo nada a Marcelo, Sandoval ou Siqueira", garantiu.
O episódio de Piracanjuba
Japiassu disse que o avião que seguiu para Pirancanjuba foi cedido numa tentativa de receber um dinheiro que lhe devia o empresário Douglas Marcelo Alencar Schimitt, preso na operação do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc), de Itumbiara (GO). "Mesmo sabendo que dificilmente eu conseguiria receber, cedi o avião", contou.
Ele disse que Douglas devia R$ 60 mil a um advogado de Porto Nacional, dinheiro que tomou emprestado para pagar um show que promoveu. Como a bilheteria não foi o suficiente, o empresário ficou em dívida. Japiassu disse ter ficado comovido com a situação de Douglas, e empenhou a palavra com o advogado de que o valor lhe seria pago.
Porém, passados dois meses, Douglas, conforme Japiassu, não quitou o valor. "Procurei o advogado, paguei os R$ 60 mil e pedi para ele cobrar os juros do rapaz [Douglas]", contou. No entanto, passados mais dois meses, os juros não foram liquidados. "Então, eu paguei os R$ 4 mil de juros também."
Para resolver sua situação financeira, então, Douglas pediu a aeronave emprestada para ir a Brasília contrarir o empréstimo junto à empresa de factoring. Japiassu contou que o empresário solicitou ao ex-diretor da Aeropalmas Cleanto Carlos de Oliveira, de quem era amigo, para que pedisse o avião emprestado. "O Cleanto falou com meu piloto [Roberto Carlos Maya Barbosa, também preso na quinta], que me ligou e eu liberei o avião, já que não ia custar nada para mim, mesmo sem acreditar que ele [Douglas] me pagaria", disse.
Contudo, o piloto contou em depoimento à Polícia de Goiás que foi o empresário Ronaldo Japiassu que "lhe ordenou que atendesse com o avião um 'tal' Cleanto, participante da campanha do PMDB em Tocantins". Conforme informações de Palmas, Cleanto estaria atuando hoje como chefe do serviço aéreo da campanha de Marcelo. O CT tentou falar com ele e não conseguiu.
Japiassu disse que o piloto pode ter dito isso "sob pressão". "Nessas situações, ele fica muito nervoso", justificou. O empresário contou que Roberto Carlos Maya Barbosa, casado com uma prima do empresário, é de sua "extrema confiança".
O dono da Alja disse que não conversou com o piloto, mas que tem certeza de que ele não sabia que a aeronave seria utilizada para transportar dinheiro. Japiassu afirmou que se soubesse que o avião seria utilizado para essa finalidade não a memprestaria para Douglas.
Ninguém recebeu
Sobre o King Air utilizado pela campanha do governador Sandoval Cardoso, o empresário garantiu que ela não pertence a ele já faz um ano. O dono da construtora disse que o nome de sua empresa, a Alja, aparece na prestação de contas do Comitê Financeiro único do Solidariedade, porque o avião ainda não foi transferido para o verdadeiro dono. O Comitê do SD declarou ter pago R$ 300 mil, no dia 10 de julho, pelo uso do King Air. Contudo, ninguém confirma o recebimento do dinheiro.
Japiassu contou que esse avião pertencia a ele e aos empresários Cleyton Maia (falecido recentemente em acidente aéreo) e Pablo Castelhano, com cotas de um terço cada. A aeronave ficou no nome da Alja por um acordo entre os três, para dar segurança ao negócio, já que Japiassu era amigos dos outros dois sócios, que não eram tão próximos.
Porém, Pablo, segundo Japiassu, comprou as cotas dos outros dois sócios e levou um tempo para pagar Maia. Por isso, justificou o dono da Alja, o King Air ainda está no nome de sua empresa.
Ele confirmou ter assinado o contrato de locação com o comitê do SD, mas não o recebimento. "Não recebi nada desse valor, porque o avião não é mais meu", garantiu.
Pablo confirmou ao CT que comprou a aeronave da Alja e a vendeu para uma das empresas do empresário Rossini Aires Guimarães. Contudo, disse que ainda não houve tempo hábil de transferi-la para o novo proprietário. Pablo também disse não ter recebido os R$ 300 mil e que ainda não está claro quanto cada um vai receber desse valor. "Ainda não discutimos isso", afirmou ao site.
Japiassu reafirmou que não tem nenhum interesse político ou empresarial nestas eleições. "Não tenho nenhum avião locado para campanha eleitoral, nem de Marcelo e nem de Sandoval, como nunca tive em outras eleições. Essa aeronave (a apreendida) era utilizada pela minha empresa e para nosso uso particular", disse.
Ele também ressaltou que o único contrato que tem com o Poder Público no Estado é este assinado em junho, que afirmou que ainda não começou a executar e não recebeu nada. "A Construtora Alja tem 25 anos, com foco na iniciativa privada, onde estão concentradas 90% de nossas obras. Apenas 10% delas são com o Poder Público, mas não comecei esta do Estado, então, hoje não tenho nenhuma obra pública", assegurou.
Ele negou ter ser amigo íntimo de Marcelo. Japiassu disse que foi apresentado ao ex-governador somente depois que o peemedebista foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2009. "Fomos apresentados por um amigo comum e nos vimos poucas vezes", afirmou.
Já em relação a Sandoval, o empresário garantiu que não o conhece pessoalmente. "Nunca estive com ele", assegurou. Japiassu afirmou que o contrato de R$ 17,4 milhões que sua empresa assinou com o governo do Tocantins é resultado de uma licitação que venceu sem qualquer interferência política, pedindo um preço R$ 10 milhões abaixo da segunda colocada.
Em relação aos dois contratos que teve no governo Marcelo Miranda - no valor total de R$ 4.162.193,88 - foram licitados e fiscalizados pelo Banco Mundial. O empresário disse que a Alja venceu com valor R$ 600 mil abaixo da segunda colocada. "Por isso, não devo nada a Marcelo, Sandoval ou Siqueira", garantiu.
O episódio de Piracanjuba
Japiassu disse que o avião que seguiu para Pirancanjuba foi cedido numa tentativa de receber um dinheiro que lhe devia o empresário Douglas Marcelo Alencar Schimitt, preso na operação do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc), de Itumbiara (GO). "Mesmo sabendo que dificilmente eu conseguiria receber, cedi o avião", contou.
Ele disse que Douglas devia R$ 60 mil a um advogado de Porto Nacional, dinheiro que tomou emprestado para pagar um show que promoveu. Como a bilheteria não foi o suficiente, o empresário ficou em dívida. Japiassu disse ter ficado comovido com a situação de Douglas, e empenhou a palavra com o advogado de que o valor lhe seria pago.
Porém, passados dois meses, Douglas, conforme Japiassu, não quitou o valor. "Procurei o advogado, paguei os R$ 60 mil e pedi para ele cobrar os juros do rapaz [Douglas]", contou. No entanto, passados mais dois meses, os juros não foram liquidados. "Então, eu paguei os R$ 4 mil de juros também."
Para resolver sua situação financeira, então, Douglas pediu a aeronave emprestada para ir a Brasília contrarir o empréstimo junto à empresa de factoring. Japiassu contou que o empresário solicitou ao ex-diretor da Aeropalmas Cleanto Carlos de Oliveira, de quem era amigo, para que pedisse o avião emprestado. "O Cleanto falou com meu piloto [Roberto Carlos Maya Barbosa, também preso na quinta], que me ligou e eu liberei o avião, já que não ia custar nada para mim, mesmo sem acreditar que ele [Douglas] me pagaria", disse.
Contudo, o piloto contou em depoimento à Polícia de Goiás que foi o empresário Ronaldo Japiassu que "lhe ordenou que atendesse com o avião um 'tal' Cleanto, participante da campanha do PMDB em Tocantins". Conforme informações de Palmas, Cleanto estaria atuando hoje como chefe do serviço aéreo da campanha de Marcelo. O CT tentou falar com ele e não conseguiu.
Japiassu disse que o piloto pode ter dito isso "sob pressão". "Nessas situações, ele fica muito nervoso", justificou. O empresário contou que Roberto Carlos Maya Barbosa, casado com uma prima do empresário, é de sua "extrema confiança".
O dono da Alja disse que não conversou com o piloto, mas que tem certeza de que ele não sabia que a aeronave seria utilizada para transportar dinheiro. Japiassu afirmou que se soubesse que o avião seria utilizado para essa finalidade não a memprestaria para Douglas.
Ninguém recebeu
Sobre o King Air utilizado pela campanha do governador Sandoval Cardoso, o empresário garantiu que ela não pertence a ele já faz um ano. O dono da construtora disse que o nome de sua empresa, a Alja, aparece na prestação de contas do Comitê Financeiro único do Solidariedade, porque o avião ainda não foi transferido para o verdadeiro dono. O Comitê do SD declarou ter pago R$ 300 mil, no dia 10 de julho, pelo uso do King Air. Contudo, ninguém confirma o recebimento do dinheiro.
Japiassu contou que esse avião pertencia a ele e aos empresários Cleyton Maia (falecido recentemente em acidente aéreo) e Pablo Castelhano, com cotas de um terço cada. A aeronave ficou no nome da Alja por um acordo entre os três, para dar segurança ao negócio, já que Japiassu era amigos dos outros dois sócios, que não eram tão próximos.
Porém, Pablo, segundo Japiassu, comprou as cotas dos outros dois sócios e levou um tempo para pagar Maia. Por isso, justificou o dono da Alja, o King Air ainda está no nome de sua empresa.
Ele confirmou ter assinado o contrato de locação com o comitê do SD, mas não o recebimento. "Não recebi nada desse valor, porque o avião não é mais meu", garantiu.
Pablo confirmou ao CT que comprou a aeronave da Alja e a vendeu para uma das empresas do empresário Rossini Aires Guimarães. Contudo, disse que ainda não houve tempo hábil de transferi-la para o novo proprietário. Pablo também disse não ter recebido os R$ 300 mil e que ainda não está claro quanto cada um vai receber desse valor. "Ainda não discutimos isso", afirmou ao site.
Japiassu reafirmou que não tem nenhum interesse político ou empresarial nestas eleições. "Não tenho nenhum avião locado para campanha eleitoral, nem de Marcelo e nem de Sandoval, como nunca tive em outras eleições. Essa aeronave (a apreendida) era utilizada pela minha empresa e para nosso uso particular", disse.
Ele também ressaltou que o único contrato que tem com o Poder Público no Estado é este assinado em junho, que afirmou que ainda não começou a executar e não recebeu nada. "A Construtora Alja tem 25 anos, com foco na iniciativa privada, onde estão concentradas 90% de nossas obras. Apenas 10% delas são com o Poder Público, mas não comecei esta do Estado, então, hoje não tenho nenhuma obra pública", assegurou.
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