Muito se discute, muito se cobra, muito se tenta mudar, mas a
realidade é a mesma: a escola continua a ser um lugar não agradável para
alunos, professores, funcionários, pais e outros que nela convivem.
Aos alunos sobram as cobranças, as exigências e as inúmeras
atividades, a maioria delas teóricas e distantes de sua realidade pessoal, uma
vez que as unidades escolares não são plenamente estruturadas. Não têm
laboratórios adequadamente equipados, os quais possibilitem aulas práticas,
significativas. Tal situação leva a uma teorização estéril e prejudicial à
formação discente, pois o mesmo estuda de modo divergente de sua percepção.
Aos professores restam as inúmeras incumbências de ensinar
competências e habilidades, de temas tão diversos que muitos não dominam. Tais
como sexualidade, educação de trânsito, diversidade, ética, religião e etc., pois
ensinar não é apenas falar sobre, mas sim promover a assimilação de valores,
posturas e concepções vida que não se transmitem, mas se deve vivenciar
cotidianamente. A situação é que muito se tem investido em recursos
tecnológicos, em equipamentos e sistemas de gerenciamento de pessoal e
informações e tem-se esquecido da formação e valorização profissional. De tais
condições resta suportar o ato de educar, o que leva muitos a adoecerem,
desistirem ou mesmo fugirem da sala de aula.
Aos servidores administrativos abundam as inúmeras tarefas,
os prazos e chefes, enquanto treinamento em tecnologia e rotinas administrativas
faltam, e ainda falta o reconhecimento por sua contribuição ao processo
educativo, pois muito ainda se acredita que não contribuem à educação, tal como
os professores, coordenadores, orientadores e gestores, o que é equivocado. Pois como diz o grande educador brasileiro, Paulo Freire, ninguém educa ninguém, mas a interação entre seres é que promove a tão sonhada educação.
Aos pais também sobram as cobranças, as exigências e as
reclamações quanto à indisciplina ou não aprendizagem de seus filhos, o que os
levam a recearem ou temerem o ambiente escolar, deste modo, muitos apenas
visitam a escola quando da matrícula, da assinatura de boletins ou mesmo do
recebimento de resultado no final do ano letivo.
Por tudo isto, faz-se necessário revolucionar a prática
escolar, de tal forma que se promova um ambiente agradável a todos, em que o ensino
de qualidade, efetivo, concreto e contextualizado aconteça, pois a vida dos
alunos não se adapta os inúmeros conteúdos e teorizações promovidos no universo
escolar. Daí é que ocorrem os frequentes esquecimentos das matérias ensinadas,
pois não são significativas.
Por Francisco Monteiro
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