Partido de Cristina Kirchner foi derrotado nos grandes distritos.
Opositor Massa teve mais de 40% dos votos na província de Buenos Aires.
O governo argentino manteve o controle da Câmara dos Deputados e do Senado, apesar de ter perdido nas maiores províncias após as eleições do domingo (27), de acordo com os primeiros resultados oficiais divulgados, informou a agência de notícias France Presse.
Até as 6h (horário de Brasília) desta segunda feira (28), a apuração dos votos para a Câmara dos Deputados estava em 97,34% - com 33,15% dos votos para o partido do governo. Já para o Senado, 98,83% dos votos haviam sido contabilizados - com 32,13% para o partido governante. Veja aqui a apuração
Cerca de 30 milhões de eleitores foram às urnas para eleger um terço do Senado e metade da Câmara Federal, além de representantes do Legislativo estadual e municipal. O partido de Cristina Kirchner, Frente para a Vitória, foi derrotado, entretanto, nos grandes distritos da Argentina, comoBuenos Aires, Córdoba e Santa Fé.
Na província de Buenos Aires, a principal do país, o candidato a deputado da oposição Sergio Massa obteve 43,68% dos votos computados por 96% das mesas na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral com quase 40% do padrão nacional.
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Massa, atual prefeito da cidade de Tigre, na província de Buenos Aires, ficou 12 pontos acima de seu principal adversário político, o governista Martín Insaurralde, do partido governante Frente para a Vitoria (FPV), que obteve 31,8% dos votos.
Em um discurso na sede do partido, logo após saber o resultado eleitoral, Massa pediu "o fim da arrogância " na Argentina, além de destacar a necessidade de combater a inflação de 25 % ao ano e insegurança do país.
Este triunfo deixa Massa bem posicionado para pensar em uma eventual candidatura presidencial para as eleições de 2015, embora o prefeito, que conta com o respaldo de vários peronistas dissidentes, não tenha revelado quais são suas ambições políticas.
Já na província central de Córdoba, segundo distrito mais povoado do país, a FPV ficou em terceiro lugar, com 15,2%, da mesma forma que na província de Santa Fé (centro), terceiro maior distrito eleitoral, onde obteve 22,6%. Nesta última província o grande ganhador foi o socialista Hermes Binner, que obteve o segundo lugar nas presidenciais de 2011 e que poderia voltar a concorrer dentro de dois anos.
Já na província de Mendoza (oeste), o quinto maior distrito eleitoral, a FPV ficou em segundo lugar, com 27,13%, muito atrás do partido Unión Cívica Radical, que, com o ex-vice-presidente de Cristina em seu primeiro mandato, Julio Cobos, como principal candidato, obteve 47,7% dos votos, que também o deixa bem colocado para se projetar em nível nacional.
Em um panorama geral, na capital argentina, a força liderada por Cristina Kirchner ficou em terceiro lugar, com cerca de um quinto dos votos, tanto na eleição para deputados como na de senadores. O governo, com esse panorama, ainda garante a sua governabilidade nos últimos dois anos de mandato.
A derrota da presidente termina de vez com a possibilidade de um terceiro mandato, já que para votar uma reforma constitucional, o kirchnerismo precisaria ter a maioria absoluta no Congresso.
Cristina se recupera de uma cirurgia por um hematoma na cabeça, feita em 8 de outubro. De repouso na residência de Olivos, na periferia norte da capital argentina, a presidente não participou da campanha eleitoral e nem votou. Os médicos de Cristina proibiram-na de viajar e determinaram seu descanso absoluto.
Kirchnerismo
Em apenas dois anos, o apoio popular ao kirchnerismo passou dos contundentes 54% que permitiu à presidente argentina, Cristina Kirchner, conseguir um segundo mandato de governo, para apenas 32% conseguidos nas legislativas em nível nacional, segundo os primeiros resultados provisórios.
Este nível de adesão está seis pontos acima dos 26% obtidos nas primárias de agosto e que a Frente para a Vitória (FPV) alcança para conservar sua maioria parlamentar, mas mesmo assim é um dos piores desempenhos eleitorais do kirchnerismo desde sua chegada ao poder, em 2003, com Néstor Kirchner como presidente.
O resultado do governo tanto nas primárias como na eleição deste domingo é, além disso, um dos piores obtidos por uma força no governo em 30 anos desde o retorno da Argentina à democracia, que se completarão em dezembro próximo.
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