Diante da aprovação do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) e do encaminhamento para a admissibilidade do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, reafirmo meu repúdio ao golpe parlamentar que se desenha.
Com um relatório que não apontou claramente qual é o crime de responsabilidade cometido pela presidenta da República, aprovado com justificativas vagas como o “conjunto da obra”, o Senado Federal abriu as portas hoje para que todo e qualquer representante do povo que não tenha uma base parlamentar forte e/ou enfrente uma situação financeira difícil possa ser impedido de exercer seu mandato.
Assim, a nossa Constituição, que garante a soberania do voto popular é rasgada.
Nossa democracia é jovem e devemos trabalhar para fortalecê-la, não para mitigá-la.
É momento de todos os cidadãos brasileiros e brasileiras manifestarem suas posições, nas ruas e através das mídias sociais, aos seus representantes no Senado Federal.
É momento de tomar as ruas em defesa do processo democrático para evitar uma ruptura que gerará a instabilidade no nosso país e o retrocesso com a retirada de direitos trabalhistas, a redução das políticas sociais, o retorno das privatizações e da entrega do patrimônio brasileiro ao capital internacional.
Ressalto que a defesa da presidenta Dilma Rousseff, feita pelo ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, pelo ministro Nelson Barbosa, da Fazenda e pela ministra Kátia Abreu, da Agricultura, deixou claro que as movimentações financeiras realizadas pelo Governo Federal não trouxeram prejuízos ao país nem feriram a meta fiscal ou qualquer outra norma.
Destaco ainda que, ao contrário do condutor do golpe, Eduardo Cunha, afastado ontem por unanimidade pela Suprema Corte do país, contra a presidenta Dilma não qualquer acusação de corrupção.
Não podemos permitir a consumação do golpe no nosso país.
Como tem dito a presidenta Dilma, iremos recorrer em todas as instâncias possíveis e seremos incansáveis na defesa de seu mandato.
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