24 dezembro 2014

Ensino Médio deve ser prioritário, diz Cid após ser nomeado ministro

23/12/2014 21h48 - Atualizado em 23/12/2014 21h58

Para Cid, Ensino Médio tem problemas de acesso e de qualidade.
Brasil deve repetir experiência de escolas profissionalizantes do Ceará.

Do G1 CE

Cid Gomes fez último como governador discurso
na Assembleia Legislativa

(Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

O Ensino Médio deve ser prioridade de Cid Gomes como ministro da Educação, segundo afirmou o governador do Ceará em entrevista nesta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa do Ceará. "O Ensino Médio está evoluindo mais devagar, portanto vai demandar mais ações. Mais de 40% dos jovens não concluíram o Ensino Médio até os 19 anos, então há um problema de acesso e um problema de qualidade. Deve ser uma prioridade, nos centros urbanos, evitar a evasão e interiorizar a educação", disse.

Ele afirmou também que o Brasil deve receber mais escolas profissionalizantes, experiência bem sucedida no Ceará durante seu governo, segundo sua avaliação. "Os países desenvolvidos têm, para cada profissional superior, cinco com nível técnico. O Brasil ainda tem poucas pessoas com nível superior, e a relação com ensino técnico é de um para meio, então a gente tem um grande desafio no ensino técnico", afirmou.

Cid Gomes reafirmou ainda que, como governador do Ceará, defendeu a federalização das universidades estaduais do Brasil, mas não afirmou se iria defender a proposta como ministro da Educação. Ele defendeu também o Enem como método de acesso ao Ensino Superior "mais democrático".
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"O Enem é uma estratégia extraordinária que teve de início muita oposição mas que hoje já tem trilhado um grande caminho. Você avalia universalmente, o jovem tem a nota de um currículo oficial e pode se inscrever em que lugar quiser, com muito mais opções. Eu fiz vestibular, se eu não tivesse passado para o curso de engenharia, teria perdido um ano de estudo. O Enem é muito mais racional."

Convite para Ministério
Cid foi nomeado nesta terça junto com outros 12 ministros. Cid Gomes afirmou que não poderia "negar um convite de Dilma Rousseff". "A presidente pediu que eu fosse ontem lá e falei com ela pela manhã, ela formalizou o convite. Em outra oportunidade já havia dito que jamais negaria um convite partido dela. Tenho um grande respeito pela presidente Dilma, ela é uma pessoa super bem intencionada e ratifica que o desafio mais importante do nosso país está na área da educação e eu me senti no dever de assumir essa função." Ele afirmou que foi convidado "por qualidade que Dilma viu em mim", e não por indicação do partido, o Pros.

O governador do Ceará ficou sabendo do anúncio oficial da sua nomeação como ministro da Educação pelo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque, e foi aplaudido pelos deputados presentes. O anúncio foi feito em Brasília.

Pacto Nacional de Alfabetização
O Programa de Alfabetização na Idade Certa, desenvolvida no interior do Ceará quando Cid era prefeito de Sobral, foi a base para a criação do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa, do Governo Federal.

"É importante que lá em Sobral, um prefeito e hoje um governador tenham mostrado que encarar a alfabetização na idade certa, não só é possível, como foi realizado. Faz parte da realidade do Ceará", afirmou Dilma Rousseff, quando anunciou o lançamento do pacto nacional, em 2012.

A cidade de Sobral alcançou a meta estabelecida para 2021 do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo o Ministério da Educação, o PNAIC envolverá 108 mil escolas, 400 mil turmas e 360 mil professores.

Polêmicas com professores
Cid Gomes também se envolveu em polêmicas que geraram protestos e greves de professores da rede pública estadual. Durante greve de professores das universidades públicas estaduais em 2011, Cid falou que a categoria deveria "trabalhar por amor". "Isso é uma opinião minha que governador, prefeito, presidente, deputado, senador, vereador, médico, professor e policial devem entrar, ter como motivação para entrar na vida pública, amor e espírito público", afirmou.

Ainda em decorrência da greve, os professores ocuparam a Assembleia Legislativa em protesto contra a aprovação do reajuste salarial da categoria, abaixo do que os profissionais reivindicavam. Professores e simpatizantes da greve acamparam na Assembleia e deixaram o local apenas com uma ação da Polícia Militar, que usou spray de pimenta, gás e cacetetes contra professores. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas.
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VALE ESTE  - Arte reforma ministerial (Foto: G1)

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