30 dezembro 2014

Relatório de CPI diz que SEFAZ sabia de irregularidades no IGEPREV


Um relatório produzido pelo deputado estadual Sargento Aragão (sem partido), acatado como documento final pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga aplicações feitas pelo Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (IGEPREV), aponta ciência da Secretaria Estadual da Fazenda sobre o rombo no instituto e aponta determinação de previsão de perda de R$ 175 milhões como prova do conhecimento.

O documento ainda traz 21 pontos nos quais são descritos supostas irregularidades cometidas por gestores do Igeprev e as conclusões da CPI que faz atualização do rombo, aponta suposto esquema de fraude e pede que a Polícia Federal no Tocantins investigue o instituto.

Segundo o relatório, a CPI buscou apurar as irregularidades e ilegalidade nas aplicações e investimentos financeiros realizados pelo IGEPREV, conforme apontadas em auditoria realizada pelo Ministério da Previdência Social (MPS).

O relatório destaca que aplicações arriscadas e sem garantias podem ter levado a perda de mais de R$ 500 milhões, prejuízos e fala em “sumiço” de dinheiro. O documento apontou ainda que não foi possível fazer um diagnóstico completo do Fundo de Previdência dos servidores públicos do Estado, porque o Igeprev teria enviado documentos desatualizados e deixado de repassar outras informações à Comissão.

O documento da CPI destaca que o Igeprev não teria tomado providências para responsabilizar e recuperar os recursos aplicados, mesmo avisado pelo MPS. Entre as várias irregularidades e supostas ilegalidades, o relatório pontua que a Secretaria Estadual da Fazenda, apesar de não ter divulgado, estaria ciente dos “rombos”, pois em junho de 2012 impôs ao IGEPREV que registrasse uma provisão para perda em investimento no valor de R$ 175.571.201,64.

No documento, o parlamentar descreve ainda um suposto esquema de fraude em aplicações do instituto, aponta suspeitos e cita documentação obtida junto ao MPS e Polícia Federal (PF). Ricardo Ayres (PSB), suplente de deputado, e encarregado de produzir o documento, deixou a Casa antes de concluir o trabalho.

São citados no relatório o deputado federal Eduardo Gomes (SD), o deputado estadual diplomado Eduardo Siqueira Campos (PTB) e o ex-presidente do Instituto Rogério Villas Boas como suspeitos de participarem de um esquema de fraude no Instituto em associação com o doleiro Fayed Traboulsi, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Miqueias.

Em entrevista, Aragão disse que, ao fim dos trabalhos, foi aprovado o pedido para Polícia Federal do Tocantins abra um processo de investigação do IGEPREV.

A CPI ouviu os ex-presidentes do Igeprev Joel Milhomem e Francisco Flávio Sales Barbosa e o atual, Lúcio Mascarenhas, e o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro. Sendo que foram convocados e não compareceram Villas Boas, o ex-diretor de Investimentos Edson Matos (não notificado), os auditores do MPS Alex Rodrigues e Wanderlei Bergani, a delegada da Polícia Federal Andréia Pinho Albuquerque e a ex-contadora do doleiro Alberto Yousseff, Meire Poza.

Citados

Procurado pelo Jornal do Tocantins, o deputado federal Eduardo Gomes afirmou que não teria o que comentar “sobre um relatório de uma CPI que não me convocou nenhuma vez”. O deputado também disse que não é alvo das investigações da PF. O deputado estadual eleito, Eduardo Siqueira Campos, não atendeu às ligações feitas pela reportagem. O ex-presidente Rogério Villas Boas não foi localizado.

CPI

Foram realizadas 24 reuniões ordinárias e cinco extraordinárias entre os dias 10 de junho e 18 de dezembro. Sargento Aragão (PROS) faltou uma reunião; José Roberto (PT), seis; Stalin Bucar (SD), oito; Ricardo Ayres (PSB), 12; e Wanderlei Barbosa (SD), 25. 

(Jornal do Tocantins)

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