04 dezembro 2014

Aluno de doutorado cria sistema de reconhecimento de voz com base na inteligência humana

COM BASE NA INTELIGÊNCIA HUMANA...

HEIDER MATOS/IMIRANTE.COM
04/12/2014 às 18h02

O diferencial do sistema é o uso de uma técnica que se baseia na inteligência humana.

Sistema de reconhecimento de voz.. Foto: Divulgação.
SÃO LUÍS – Já imaginou comandar a sua casa apenas com a voz? Ou ainda dirigir apenas com comandos de fala? Tudo isso pode ser possível, graças a um projeto que está sendo desenvolvido no programa de doutorado em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e pelo Grupo de Inteligência Computacional Aplicada a Tecnologia do Instituto Federal do Maranhão (IFMA).
O projeto, desenvolvido pelo aluno de doutorado da UFMA, Washington Luís, e orientado pelo pós-doutor em automação, professor Ginalber Serra, prevê a criação de um sistema por reconhecimento de voz. Esse sistema permite o processamento digital do sinal de voz. E, entre outras aplicações, que sejam desenvolvidos sistemas de automação baseados no reconhecimento da voz de um locutor ou no reconhecimento do próprio locutor.
A geração e o reconhecimento de voz podem ser usados na comunicação homem-máquina e até substituir a abordagem tradicional de comunicação por meio de mãos e olhos. “Nós pensamos em apoio a pessoas com deficiência, como por exemplo, cadeirantes. Fazer controle por voz ao abrir uma porta. Mas, a aplicação depende muito da necessidade”, explicou Washington Luís.
A ideia surgiu de uma monografia, levada ao mestrado e desenvolvida no doutorado e permite, a priori, comandos simples. “A principio nós fizemos com dígitos, de 0 a 9, mas, isso pode ser expandido para outras palavras. No primeiro momento, nós pensamos em palavras de comando, como: “ascender uma luz”, “fechar a porta”, “ir para direita”, “ir para esquerda”, “parar”. Pensamos também, no comando de uma cadeira de rodas e também comunicação simples, homem – maquina, neste primeiro estágio”, relatou.
Grupo de pesquisa: Felipe Barbosa, Ginalber Serra, Amanda Abelardo e Washignton Luís. Foto: Heider Matos/Imirante.com.
O diferencial do sistema é o uso de uma técnica que se baseia na inteligência humana. O projeto ainda está em estágio experimental, mas, já foi exposto em vários congressos nacionais e até internacionais. “Existem varias técnicas para reconhecimento de voz. O diferencial da tese é incluir inteligência computacional que ele (o aluno) caracterizou como lógica nebulosa. Com a técnica, você atribui ao computador aspectos da inteligência humana para solucionar o problema da engenharia. O mecanismo de raciocínio semelhante ao raciocínio humano e é um sucesso. A pesquisa é pioneira e totalmente original. Com relação a esta técnica que nós estamos propondo é a primeira e única até agora”, disse Ginalber Serra.
O projeto recebe apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão, Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico de São Paulo (Fapesp) e pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).
Entenda o funcionamento
O sinal é transportado do transmissor para o receptor e passar por um processamento digital. Estes sinais são processados no lado do transmissor com a finalidade de produzi-los e configurá-los, e no lado receptor para extrair a informação neles contida. Foto: Divulgação.
Patenteamento
Os desafios até a venda são muitos e passa pelo processo de patenteamento, que no Brasil pode demorar até dez anos. “Falta embarcá-lo, precisamos colocá-lo em um dispositivo prático. Para efetivamente, fazer o reconhecimento. Como ele foi pensado em uma tese de doutorado não tem como fazer o patenteamento. A comunidade internacional tem visto o trabalho com bons olhos. Mas, nós estamos começando a segurar por conta disso. Pode se tornar um produto industrializado, mas não temos como patentear, no momento”, lamenta Ginalber Serra.

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