22/10/13 13h21
leia mais
Da Redação
O presidente da Comissão de Administração, Trabalho, Defesa do Consumidor, Transportes e Desenvolvimento Urbano e Serviço Público, deputado estadual Marcelo Lelis (PV), convocou para o dia 5 uma audiência pública para discutir a situação do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado (Igeprev). Lelis disse que atendeu requerimento feito pelo deputado estadual Sargento Aragão (Pros).
Segundo Lelis, serão convocados todos os agentes públicos envolvidos, direto óu indiretamente, com o instituto de previdência dos servidores estaduais. Entre eles, os atuais gestores e também os ex-gestores do Igeprev, sindicato de servidores e até representantes do Ministério da Previdência. Aragão confirmou ao CT que dois técnicos do MPS, de Brasília, que participaram da auditoria do Igeprev participarão da audiência.
Relatórios de auditorias feitas pelo Ministério da Previdência Social (MPS) deram como "sumidos" R$ 105.665.804,82, entre 2010 e 2013. O dinheiro teria sido aplicado no fundo de investimento Ônix Renda Fixa.
A partir de documentos apresentados pelo Igeprev, auditoria do MPS concluiu que foram constatadas diversas desconformidades das aplicações financeiras, em alguns casos "prevendo ou se expondo a desmasiados riscos futuros".
Entre as medidas que foram adotadas por pressão do MPS para conter os prejuízos, em setembro, estaria a nomeação de Rodrigo de Oliveira para a presidência do Igreprev, no lugar de Rogério Villas Boas, que teve o nome ligado ao esquema do doleiro Fayed Traboulsi, preso pela Polícia Federal na operação Miqueias, que apontou o desvio de mais de R$ 300 milhões de fundos de pensão.
Foto: CT
Rogério Villas Boas: demitido depois que teve o nome ligado ao esquema de doleiro preso pela PF
Dinheiro perdido
Nesta terça-feira, 21, o diretor do departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público, Otoni Guimarães, disse à imprensa do Estado que não há chance de alguns valores aplicados pelo Igeprev serem resgatados." Ainda está sendo calculado o valor, mas é líquido e certo que investimentos feitos pelas operadoras BVA e Diferencial estão perdidos", afirmou.
Guimarães destacou que, no momento, o Igeprev mantém seu Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP) graças a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O diretor disse que os apontamentos feitos pelo MPS embasaram a Polícia Federal (PF) durante a operação Miqueias, que investigou fraudes em RPPS de governos em diversos Estados. No início do mês, o governo estadual divulgou nota afirmando que apura responsabilidades por possíveis prejuízos causados ao fundo previdenciário.
"Extremamente confortável"
O CT já denunciava em agosto possíveis irregularidades no Igeprev. Na época, sindicatos de servidores suspeitavam das operações do instituto, que mantinha dinheiro espalhado por 50 operadoras e estaria fazendo resgates antes da hora, conforme os sindicatos, gerando prejuízos milionários à entidade.
Rogério Villas Boas desmentiu as denúncias na ocasião e disse que o Igeprev vivia uma situação financeira "extremamente confortável", mas, ainda assim, admitiu possibilidade de prejuízos sobre o montante investido na corretora BVA, liquidado pelo Banco Central. Sobre o valor, ele desconversou: "Isso não vem ao caso", cortou. "Não quero falar para não atrapalhar nossa estratégia."
O ex-presidente disse, porém, que o instituto só investiu diretamente no BVA em 2009 - antes da posse, portanto, do governador Siqueira Campos (PSDB). Villas Boas afirmou que o Igeprev, na atual gestão, investiu em fundos que operam com papéis do BVA.
Fonte: Portal Cleber Toledo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários geram responsabilidade. Portanto, não ofenda, difame ou dscrimine. Gratos pela contribuição.