Por Marcel Frota - iG Brasília | 10/12/2015 10:17 - Atualizada às 10/12/2015 10:34 (Reprodução)
Colegiado tem nova rodada de brigas nesta quinta-feira quando tenta dar rumo no processo que pode cassar Cunha
Os deputados Wellington Roberto (PR-PB) e Zé Geraldo (PT-PA) trocaram tapas na manhã desta quinta-feira na sessão do Conselho de Ética. Quando surgiu a informação de que os deputados poderiam encaminhar um requerimento contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sua tropa de choque interveio e passou a acusar os adversários de golpe. Foi no calor dessa discussão que os dois deputados foram às vias de fato e tiveram de ser contidos.
“Não me toque”, esbravejou Geraldo, acusando Roberto de tê-lo agredido. A acusação foi devolvida. “Homem nenhum vai tocar em mim”, disse Roberto aos gritos. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), suspendeu a sessão por cinco minutos enquanto os parlamentares eram contidos por seguranças e por colegas. Araújo classificou o episódio de “espetáculo deprimente para todos nós” o ocorrido.
Veja mais
Em seguida, na volta dos trabalhos, Araújo passou sermão. “O Conselho de Ética não pode ser palco disso. Se querem tirar a dúvida de alguma forma, aqui não é o local. Aqui é o local da ética, do zelo, do respeito entre seus pares. Da conversa e do diálogo. Jamais isso aqui poderá ser transformado num ringue. Não pode ser transformado num lugar da disputa corporal. A disputa aqui é de ideias. Moderem-se. Ajam como parlamentares. Os senhores têm de se dar ao respeito”, afirmou Araújo.
Veja como foi mais essa briga entre deputados do Conselho de Ética:
A representação
A representação contra Cunha foi apresentada pelo Psol e pela Rede Sustentabilidade em 13 de outubro. Os dois partidos pedem a cassação do mandato do presidente da Câmara por entenderem que há divergências entre informações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o depoimento prestado por Cunha à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em março deste ano, quando ele negou ter contas bancárias no exterior não declaradas à Receita Federal.
O advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, declarou ao conselho que o deputado não omitiu informações porque não existe lei brasileira que obrigue qualquer cidadão brasileiro a declarar em seu imposto de renda valores de contas em trustes. Segundo o advogado, a representação é baseada apenas em denúncias, sem nenhuma prova.
Chico Alencar
O segundo item da pauta é a continuação da apreciação do parecer preliminar referente à representação do Solidariedade, em desfavor do Deputado Chico Alencar (PSOL/RJ).
O relator, deputado Sandro Alex (PPS-PR), recomendou o arquivamento da representação. O parlamentar votou pela inépcia da representação e ausência de justa causa na representação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários geram responsabilidade. Portanto, não ofenda, difame ou dscrimine. Gratos pela contribuição.