01/10/14 09h1601/10/14 09h34 - De: Conexão Tocantins
Apenas o candidato do PCB, Carlos Pontengy, não participou porque o partido não tem representação na Câmara Federal
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Primeiro debate na Band é marcado pela falta de propostas e excesso de ataques entre os principais candidatos Cleber Toledo
Da Redação
Cinco dos seis candidatos a governador fizeram na noite dessa terça-feira, 30, o último debate de TV desta campanha. O programa foi mais propostivo e com menos ataques pessoais, em relação aos demais, mas o formato adotado permitu que o confronto se tornasse repetitivo. Alguns temas, como saúde e segurança pública, foram abordados pelo menos duas vezes, sem que se acrescentasse nenhuma novidade em termos de propostas.
Como nos demais encontros, os três principais candidatos - Marcelo Miranda (PMDB), Sandoval Cardoso (SD) e Ataídes Oliveira (Pros) - protagonizaram os momentos mais tensos do debate. Já no início do programa, Marcelo alfinetou afirmando que Sandoval, em cinco meses de governo, já diz ter "resolvido todos os problemas do Estado" e perguntou sobre o programa de habitação do adversário: "Não é verdade que disse que resolvi todos os problemas, não sou o Mister M e nem Mister MM, que some com as obras, que paga e não faz", atacou o governador, usando um apelido que seus militantes deram ao peemedebista e das pontes estradas que teriam sido pagas e não construídas.
Foto: Montagem CT
Sandoval, Marcelo e Ataídes protagonizaram os poucos momentos de confronto do debate da noite desta terça-feira
Depois, Ataídes, numa réplica, disse que estava "preocupado com o governador Sandoval". "Não se sabe se ele vai administrar ou seu chefe, Eduardo Siqueira Campos". Na tréplica, o governador rebateu dizendo que o Tocantins pode "ficar tranquilo" porque, desde que assumiu, "é outro governo". "Tanto que já sou o 10º governador mais bem avaliado, Palmas é apresentada como um dos melhores lugares do Brasil para se viver e o comércio do Tocantins é o que mais cresce no País", afirmou. Sandoval lembrou ter registrado em cartório seu compromisso de governar pelos próximos quatro anos.
E rebateu o adversário: "O senador Ataídes nunca disputou um voto, está disputando agora apenas, mas foi eleito suplente de senador no palanque do Siqueira [Campos]. Eu nunca estive no palanque do Siqueira", disse.
Outro confronto envolveu novamente Marcelo e Sandoval. O peeemdebista questionou a afirmação do governador de que a atual gestão está construindo os hospitais regionais de Araguaína, Gurupi e Araguatins. "Discordo poque não se vê construção nenhuma, e, por onde passamos, o que se diz é que a saúde não vai bem. Enquanto isso, vidas estão sendo ceifadas", criticou o ex-governador.
Sandoval respondeu que não se constrói hospital em cinco meses. "Não sou o Mister M. Com os R$ 23 milhões desviados por sua gestão da sáude, e que são a causa de suas contas estarem blqueadas pela Justiça, poderíamos investir na construção de hospitais", disparou o atual governador.
Caso do avião
As denúncias dos últimos dias foram pouco exploradas no debate. A única que entrou em pauta foi a do avião apreendido em Piracanjuba (GO) com mais de R$ 500 mil e panfletos da campanha de Marcelo e do ex-governador Carlos Gaguim (PMDB). Ao responder o candidato do PRTB, Luiz Cláudio, Marcelo garantiu que não está envolvido. "Não tenho nada a ver com isso e o cidadão Douglas [Marcelo Alencar Shimtt, apontado pela Polícia como líder do grupo] já deu seu depoimento e disse quem se envolveu e quem estava no local", afirmou o ex-governador. Ele disse que, para transportar o valor desviado do Instituto de Gestão Previdenciária da Estado (Igeprev), seriam necessários 2.280 aviões como os que foram apreendidos em Goiás.
Mais à frente, Sandoval também negou envolvimento com o caso. "O acusado foi à imprensa defender ele [Marcelo Miranda]. O irmão dele [Júnior Miranda] pagou o hotel [do Douglas]. O carro e o motorista estavam a serviço do PMDB. Isso é um caso de polícia. Não adianta colocar o bandido para me denegrir", respondeu o governador.
"Delizes"
Num debate mais propositivo, também houve "deslizes". Sandoval, por exemplo, disse que o País terá que trocar os lixões por aterro sanitário a partir do ano que vem. Na verdade, o Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) entrou em vigor no dia 2 de agosto e os lixões já deveriam ter sido trocados por aterros, mas os municípios alegam dificuldades financeiras. Sandoval garantiu apoio à formação de consórcios com este objetivo.
Ele criticou o fato de o Estado, aos 26 anos, ainda ter "tantas casas de palha" e também a falta de saneamento básico. "Temos mais pessoas sem banheiro do que sem celular no Tocantins", lamentou o candidato palaciano.
Já o candidato Ataídes disse que os presídios foram terceirizados, quando, na verdade, a terceirização envolve apenas a gestão da Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP) e o presídio Barra da Grota, em Araguaína. Mas é verdade que o Ministério Público Estadual chegou a investigar denúncias de irregularidades envolvendo a terceirizada, a Umanizzare Gestão Prisional e Serviços.
O debate foi promovido pela TV Anhanguera. Só não participou o candidato do PCB, Carlos Pontengy, porque seu partido não tem representação na Câmara Federal. Em nota à imprensa nessa terça, a campanha de Pontengy lamentou a decisão da emissora e avaliou que a postura “fere o princípio democrático da igualdade de condições”. Além do três principais nomes da disputa e do candidato Luiz Cláudio, o programa contou com a participação da candidata do Psol, Eula Angelim.
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