08/10/14 17h0708/10/14 18h52 - De: Cleber Toledo
Trabalho intenso assim que encerrou a votação só deve terminar na sexta-feira; panfletos espalhados enfeiam a cidade e podem entupir vias fluviais
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Rayssa Pajeú
Da Redação
A sujeira causada pelos candidatos com materiais de campanha espalhados pela Capital no domingo, 5, de eleição, movimenta 450 pessoas para a limpeza da cidade. O gerente administrativo da Valor Ambiental, empresa responsável pela coleta de lixo na Capital, Diego Duarte, disse o CT, que a operação começou ainda no domingo, a partir das 17 horas, quando acabou a votação. O gerente não soube estimar o valor que está sendo gasto, mas disse que o trabalho está sendo intenso.
Foto: Reprodução |
Panfletos espalhados pela Capital no domingo de eleição: gera até risco de acidentes a trabalhadores |
“Nós fizemos um mutirão intensivo com nossas máquinas e funcionários, mobilizamos toda a nossa operação justamente para limpar a cidade o mais rápido possível”, disse. Segundo ele, o planejamento foi retirar o grande volume da sujeira até essa terça-feira, 7, e, até o final desta semana, efetuar o restante da limpeza. “Tinha muito papel nos pontos eleitorais, nas avenidas principais, canteiros centrais”, comentou.
Duarte disse que a maior dificuldade encontrada pela equipe foi a quantidade acumulada de resíduo. “O Marista tinha mais ou menos 40 centímetros de volume de papel”, calculou. De acordo com o gerente, os colégios Militar e Marista foram "um dos pontos mais críticos". Além desses, ele também citou a Avenida Tocantins, Aureny I e III, L0-27, “estavam extremamente sujas”. Duarte ressaltou que até próximo da Praia da Graciosa, onde não tem nenhum ponto eleitoral, “estava bastante sujo de resíduos de candidatos”.
Tudo limpo antes das eleições
“Antes de iniciar as eleições, nós entregamos a cidade e os pontos eleitorais limpos”, afirmou. O gerente garantiu que no sábado, 4, sua equipe foi em todos os pontos eleitorais e fez a limpeza “para entregar [as zonas] da melhor forma possível para o eleitor”. "Contudo, no domingo pela manhã já encontramos a cidade um pouquinho suja.” Geralmente, essa sujeira com os materiais de campanha é feita pelos cabos eleitorais, na madrugada anterior ao dia de eleição.
Consequências da sujeita
O gerente destacou os prejuízos causados por esse tipo de poluição ambiental. “Primeiro, a estética, porque a cidade fica feia, temos canteiros bonitos. Se um turista visse a forma que estava, acharia que a cidade não tem infraestrutura. Segundo, o entupimento das vias fluviais. O papel é um resíduo que demora um pouquinho para dissolver, então, ele pode entupir os bueiros e causar alagamentos”, explicou.
De acordo com Duarte, todas as bocas de lobo da Avenida Palmas Brasil “estavam cheias de papel, por conta do vento”. Ele explicou que, como Palmas é uma cidade que venta muito, os papéis voaram dos pontos eleitorais para os canteiros centrais, avenidas e bueiros. “Se tivesse chovido no final de semana, o estrago seria bem maior”, avaliou. O gerente acrescentou dizendo que, se o material tivesse molhado, “seria mais complicado para retirar”, pois, segundo ele, quando o papel molha ele fica “um pouco mais grudado no asfalto ou meio-fio, então, há um esforço maior do colaborador para retirar e gasta mais material”. Duarte disse que alguns locais conseguem ser limpos com o rastelo. “Aí é rápido, mas outros não, só com a vassoura.”
Duarte também comentou sobre o risco de acidentes que os colaboradores sofrem ao fazer a limpeza desses papéis no asfalto. Eles fazem uso do equipamento de segurança para executa o serviço. Segundo o gerente, nas vias principais, foram colocadas varredeiras, “justamente para evitar o risco de acidente”. “Mas nosso maquinário não comporta toda a região de Palmas, só as Avenidas principais”, lamentou. Duarte disse que, mesmo com as sinalizações que a legislação exige, ainda existe o risco de acidente com funcionários “Mas graças a Deus não aconteceu.”
Não existe lei
O procurador regional eleitoral Álvaro Manzano afirmou ao CT na segunda-feira, 6, que as provas recolhidas contra candidatos foram levantadas e já encaminhas aos procuradores auxiliares. Manzano adiantou no domingo, 5, que o Ministério Público Eleitoral (MPE) abriria uma representação contra candidatos que espalharam material gráfico pelas ruas. O procurador eleitoral disse que foi enviada provas para procuradores auxiliares com uma “solicitação para que a representação aconteça”, mas a efetivação da ação só “depende deles”.
Manzano disse que não existe uma lei específica que trate da sujeira feita pelos políticos no dia de votação e lembrou ter enviado recomendação às prefeituras no início do processo eleitoral recomendando que os candidatos "sujões" fossem autuados por poluição ambiental. "Mas não vimos efetividade nisso, ou os municípios foram coniventes", afirmou o procurador. O MPE entende a prática como propaganda irregular.
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