13 agosto 2015

Presidente do Sintet diz que Justiça "faltou o respeito com a educação", garante continuação do movimento grevista e critica Salão do Livro

Em 13/08/15 10h5613/08/15 13h03 - De Conexão Tocantins (Reprodução)

Da Redação
Mesmo após a Justiça determinar a suspensão da greve, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet), José Roque Santiago, afirmou ao CT nesta quinta-feira, 13, que a categoria irá sustentar o movimento, devendo obedecer apenas decisão do órgão colegiado. O representante ainda criticou a liminar concedida em sentença monocrática pelo desembargador Marco Villas Boas e a decisão do governo do Estado em realizar o Salão do Livro em meio à mobilização dos servidores.

O líder sindical garantiu que ainda não foi notificado pela Justiça, mas avisa que a entidade irá recorrer assim que provocada oficialmente. José Roque Santiago considerou que Marco Villas Boas desrespeitou a categoria ao regular desconto nos subsídios. “A Justiça falta respeito com a educação quando autoriza corte de ponto. Quem deve é o governo, não os servidores. Estas ameaças não mexem com nosso equilíbrio. Não vamos ceder”, afirmou o representante, acrescentando que não obedecerá a liminar por se tratar de decisão monocrática.
Foto: Divulgação/Sintet
José Roque Santiago diz que categoria não entende realização do Salão do Livro em meio à mobilização
De acordo com o presidente do Sintet, a última reunião entre a categoria e o governo do Estado para tratar negociar o pagamento das progressões e buscar o consenso sobre as demais reivindicações foi realizada no final junho. “Continuamos sem conversar até hoje [quinta-feira, 13]”, disse.

Salão do Livro
José Roque Santiago não deixou de questionar a realização do Salão do Livro pelo governo do Estado em meio à greve dos educadores. O presidente do Sintet disse que respeita a importância do evento, até pela questão cultural, mas critica o momento escolhido. “Não sei por que não corrige os problemas internos para depois fazer a feira. O Estado prioriza o evento ao invés da categoria. Não entendemos isso”, discorreu.

“Para realizar uma grande feira, precisa estar com a categoria com sentimento de orgulho, que neste momento ninguém está pela forma como o Estado nos tem tratado. Isto tem mexido com as pessoas. Como é que não recebo meu direito, que é minha sustentação, mas o governo pega dinheiro e gasta no Salão do Livro”, acrescentou o presidente do Sintet, que prevê que o evento não será realizado da forma como deve ser, já que os professores desmotivados não mobilizarão os estudantes. “Não compreendemos o objetivo”, concluiu.

Gastos com o evento
De acordo com a Secretaria da Educação, a estrutura do Salão do Livro contará com uma área de 2.173,50 metros quadrados, compostos por dois pavilhões, espaço jovem, auditórios, praça de alimentação, palco para apresentações nacionais e regionais. Serão 71 estandes de livros didáticos, literários, técnicos e outros 12 estandes exclusivos para obras infantis. A previsão é que sejam investidos, este ano, cerca de R$ 4,7 milhões no evento. Com a redução nos gastos com estrutura, a estimativa da organização de economia é superior a 60%.

CT entrou em contato com a Secretaria da Educação para comentar a decisão e a greve dos servidores, mas não obteve resposta.

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