Silvanio Mota compartilhou a foto de Paulo Teixeira.
22 h ·
O LUTO É TODO DIA
Chacinas como a de Osasco e Barueri, na semana passada, configuram episódios execráveis, que não podem ser tolerados de jeito nenhum. Mais grave ainda é perceber que essas chacinas não são episódios isolados, mas resultados de uma cultura de extermínio que parece se alastrar nas forças de segurança de São Paulo, visivelmente sem controle. Quando as mortes não acontecem de uma única vez, como as da semana passada, elas acontecem de forma diluída, um pouco por dia, instituindo na prática a pena de morte no Brasil, muito embora a lei brasileira não preveja a pena capital. Vale lembrar que não é papel de nenhum policial julgar, condenar ou punir ninguém. Para isso existe investigação e, em paralelo, um sistema judicial que julga e estabelece a pena.
É inaceitável o aumento recente na letalidade policial em São Paulo. Os agentes, civis e militares, alegam que essas mortes se deram em confronto, e que o crescimento na estatística se deve às ações cada vez mais violentas dos bandidos. Especialistas de diferentes matizes e origens entendem que muitas dessas mortes acontecem em circunstâncias em que não seriam necessárias, parte delas como meras execuções, principalmente contra a vida de jovens negros e pobres nas periferias.
A banalização da violência policial deve ser combatida diariamente, tanto na prática quanto no discurso, sobretudo as formas de execução sumária disfarçadas sob o argumento de confronto ou resistência à prisão. Por isso insistimos na necessidade de aprovação do Projeto de Lei 4471/12, que determina que todas as mortes praticadas por agente de Estado sejam investigadas, e na adoção de uma nova política de segurança pública, baseada numa outra cultura, menos permissiva tanto em relação à criminalidade quanto em relação à atividade dos policiais que praticam crimes, adeptos das chacinas, do extermínio, da execução.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários geram responsabilidade. Portanto, não ofenda, difame ou dscrimine. Gratos pela contribuição.