Em 01/05/2015 - 08h01m - De Bico 24h (Reprodução)
Entre as pessoas que vão pegar estrada
nesse feriado, as que passarem pela Rodovia Transamazônica não vão ter
diversão nenhuma. Ela corta sete estados, com mais de quatro mil
quilômetros de extensão.
O primeiro trecho foi inaugurado em 1972, durante o governo militar. Mas, 43 anos depois, metade da Transamazônica ainda não recebeu asfalto. Os repórteres Mário de Paula e Fabiano Villela registraram o resultado disso no Pará.
Pegar a Transamazônica, no sudoeste do Pará, é como pilotar no deserto. Ou em uma trilha no meio da mata, cheia de buracos e pontes precárias. E quando você acha que nada pode ser pior: a viagem foi interrompida no quilômetro 211 da Transamazônica, entre os municípios de Rurópolis e Placas. Nenhum veículo consegue passar. A explicação está bem na frente: uma carreta e um ônibus atolados.
“Água é o que a gente ganha dos outros. Passa um dá água, passa outro arruma ou vai buscar. E a comida vai acabando”, afirma o caminhoneiro Oséas Ramos.
Para sair dos atoleiros, só com a ajuda dos colegas ou pagando até R$ 100 pelo serviço de um trator.
Em outro trecho da BR-230, entre Pacajá e Novo Repartimento, o motorista do caminhão de cimento pisa fundo, mas não consegue vencer o lamaçal. São tantos acidentes na rodovia que os motoristas tentam se prevenir.
Jornal Nacional: O que o senhor está fazendo?
Joviano José Antônio, caminhoneiro: Eu estou retirando a parte inferior do para-choque, porque onde tem esses barros, enrosca e arranca fora.
A gente acabou de conversar com o motorista que retirou o para-choque e ao lado, um o ônibus parou no buraco.
“Ainda bem que não está molhado, se tivesse molhado já era”, diz o motorista Gilmar Martins.
A situação também é crítica na ligação da Transamazônica com a BR-163, por onde vem a produção de soja de Mato Grosso em direção aos portos do Pará.
A camada de lama tem mais de um metro. E só quando faz sol e a estrada começa a secar é que os veículos mais pesados conseguem passar sem a ajuda dos tratores. Com a rodovia nesse estado, também sobrou para a equipe do Jornal Nacional.
Às 20h55 noite, a equipe está tentando voltar para Altamira, só que não consegue seguir viagem por causa de um atoleiro que se formou e ninguém consegue passar. Está tudo cheio de lama. O carro só conseguiu passar porque foi puxado por um caminhão.
Nos últimos cinco anos, é a terceira vez que o Jornal Nacional denuncia as péssimas condições da Transamazônica no Pará.
“Eu viajo aqui desde 81 e cada dia que passa em vez de melhorar, eles vão deixando”, lamenta um motorista.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que as obras nas rodovias citadas não estão paralisadas. E que os repasses estão ocorrendo de acordo com a programação do órgão. O Denit explicou ainda que as obras entram em ritmo mais lento no período de chuvas na região Norte, de dezembro até mais ou menos maio. E que o ritmo aumenta na estiagem, a partir de junho.
O primeiro trecho foi inaugurado em 1972, durante o governo militar. Mas, 43 anos depois, metade da Transamazônica ainda não recebeu asfalto. Os repórteres Mário de Paula e Fabiano Villela registraram o resultado disso no Pará.
Pegar a Transamazônica, no sudoeste do Pará, é como pilotar no deserto. Ou em uma trilha no meio da mata, cheia de buracos e pontes precárias. E quando você acha que nada pode ser pior: a viagem foi interrompida no quilômetro 211 da Transamazônica, entre os municípios de Rurópolis e Placas. Nenhum veículo consegue passar. A explicação está bem na frente: uma carreta e um ônibus atolados.
“Água é o que a gente ganha dos outros. Passa um dá água, passa outro arruma ou vai buscar. E a comida vai acabando”, afirma o caminhoneiro Oséas Ramos.
Para sair dos atoleiros, só com a ajuda dos colegas ou pagando até R$ 100 pelo serviço de um trator.
Em outro trecho da BR-230, entre Pacajá e Novo Repartimento, o motorista do caminhão de cimento pisa fundo, mas não consegue vencer o lamaçal. São tantos acidentes na rodovia que os motoristas tentam se prevenir.
Jornal Nacional: O que o senhor está fazendo?
Joviano José Antônio, caminhoneiro: Eu estou retirando a parte inferior do para-choque, porque onde tem esses barros, enrosca e arranca fora.
A gente acabou de conversar com o motorista que retirou o para-choque e ao lado, um o ônibus parou no buraco.
“Ainda bem que não está molhado, se tivesse molhado já era”, diz o motorista Gilmar Martins.
A situação também é crítica na ligação da Transamazônica com a BR-163, por onde vem a produção de soja de Mato Grosso em direção aos portos do Pará.
A camada de lama tem mais de um metro. E só quando faz sol e a estrada começa a secar é que os veículos mais pesados conseguem passar sem a ajuda dos tratores. Com a rodovia nesse estado, também sobrou para a equipe do Jornal Nacional.
Às 20h55 noite, a equipe está tentando voltar para Altamira, só que não consegue seguir viagem por causa de um atoleiro que se formou e ninguém consegue passar. Está tudo cheio de lama. O carro só conseguiu passar porque foi puxado por um caminhão.
Nos últimos cinco anos, é a terceira vez que o Jornal Nacional denuncia as péssimas condições da Transamazônica no Pará.
“Eu viajo aqui desde 81 e cada dia que passa em vez de melhorar, eles vão deixando”, lamenta um motorista.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que as obras nas rodovias citadas não estão paralisadas. E que os repasses estão ocorrendo de acordo com a programação do órgão. O Denit explicou ainda que as obras entram em ritmo mais lento no período de chuvas na região Norte, de dezembro até mais ou menos maio. E que o ritmo aumenta na estiagem, a partir de junho.
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