4/abr/2016, 10h29min - de Sul21 (Reprodução)
Divulgada neste domingo, uma investigação jornalística mundial
apura os documentos da Mossack Fonseca, empresa panamenha dedicada à
abertura de offshores no exterior, revelando uma lista de políticos e
personalidades públicas que colocam seu dinheiro em paraísos fiscais.
Com mais de 11 milhões de documentos de 200 mil offshores, a
reportagem é uma iniciativa do Consórcio Internacional de Jornalismo
investigativo. Nos vazamentos, há pelo menos 57 brasileiros, como
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara ds Deputados, Edison Lobão
(PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e João Lyra (PTB-AL),
usineiro e ex-deputado federal.
Do El País
Nos vazamentos, há ao menos 57 brasileiros envolvidos com lavagem de dinheiro
A investigação mundial ‘Panamá Papers’ foi divulgada pela imprensa neste domingo
Foi divulgada neste domingo uma investigação jornalística mundial sobre a Mossack Fonseca – empresa do Panamá que
se dedica à abertura de offshores no exterior – que revela uma ampla
listagem de políticos e outras personalidades públicas que mantêm seu
dinheiro (de maneira ilegal ou lícita) em paraísos fiscais.
A reportagem,
uma iniciativa do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo,
com a participação de veículos de mídia brasileiros, contém mais de 11
milhões de documentos de cerca de 200.000 offshores ligadas a pessoas de
uns 200 países. Entre eles, está o Brasil, cujas investigações sobre o
esquema de corrupção da Petrobras contribuíram com o vazamento de dados
confidenciais da Mossack Fonseca – já que o escritório brasileiro da
empresa foi alvo da 22a fase (Triplo X) da Operação Lava Jato.
Aparecem entre os envolvidos nos chamados “papéis do Panamá” os nomes do Presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
do usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL) e do ex-ministro
de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). A força-tarefa da Lava Jato
investigou o escritório brasileiro por conta da suspeita de que a
Mossack estivesse ajudando o ex-presidente Lula a ocultar a verdadeira
propriedade do tríplex do Guarujá. Mas seu nome não apareceu entre os
clientes da empresa panamenha até o momento.
Ao menos 57 brasileiros já relacionados à investigação da Polícia
Federal aparecem nos documentos, ligados a mais de cem offshores criadas
em paraísos fiscais. Duas delas, por exemplo, foram criadas pela
Mossack para Luiz Eduardo da Rocha Soares e Olívio Rodrigues Dutra,
acusados de operar contas secretas da empreiteira Odebrecht. Há ainda
nomes desconhecidos dos investigadores brasileiros, que deverão somar-se
ao processo capitaneado por Sérgio Moro no Ministério Público do Paraná.
Por meio de sua assessoria, Eduardo Cunha negou ser proprietário de
qualquer empresa offshore. “O presidente Eduardo Cunha desmente, com
veemência, estas informações. O presidente não conhece esta pessoa
[David Muino, intermediário de uma companhia que se chama Stingdale
Holdings Inc] e desafia qualquer um a provar que tem relação com
companhia offshore”.
A mais ampla reportagem global sobre empresas em paraísos fiscais, conduzida por 109 veículos jornalísticos em 76 países, teve início quando uma fonte forneceu os documentos ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung – que os compartilhou com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). No Brasil, participam da investigação o jornal Estado de S.Paulo, o UOL e a Rede TV.
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