Em relação à capacidade do Igeprev para arcar com o pagamento dos vencimentos dos servidores inativos, Jacques Silva assegurou que, por enquanto...
Redação - Secom-TO | 14 de Fevereiro de 2015 às 09h02 - De Portal Tem Notícias (Reprodução)
Divulgação
As
investigações internas em curso no Instituto de Gestão Previdenciária
do Tocantins (Igeprev) confirmam as informações repassadas em depoimento
pelo doleiro Alberto Youssef de que o órgão investiu R$ 13 milhões na
empresa Máxima Private Equity Fundo de Investimentos em Participações. O
dinheiro utilizado na operação estava depositado em conta do Igeprev no
Banco Itaú. O depoimento do doleiro foi prestado em 15 de outubro do
ano passado, mas se tornou público na última quarta-feira, 12.
O atual presidente do Igeprev, Jacques Silva, confirmou que foram
feitas duas transferências para a Máxima, sendo o primeiro no valor de
R$ 10 milhões, autorizado por meio de ofício nº 1543/2012, assinado pelo
então presidente Gustavo Furtado Silbernagel, e outro de R$ 3 milhões
(ofício nº 1107/2013), assinado já por outro presidente do órgão,
Rogério Villas Boas Teixeira de Carvalho.
Os investimentos feitos na empresa de Youssef foram pauta de matéria
publicada no jornal Folha de São Paulo, colocando o Instituto de
Previdência do Estado como uma das “vítimas” da Operação Lava Jato, que
já se mostra como o maior esquema de corrupção do Brasil. Segundo a
matéria, em seu depoimento, o doleiro afirmou que os investimentos na
Máxima foram feitos mediante pagamento de propina a Silbernagel, no
valor de R$ 1,5 milhão. O ex-presidente do Igeprev teria pedido R$ 3
milhões em “comissão” para autorizar os investimentos, que deveriam ter
sido de R$ 30 milhões.
"Gustavo disse que seria possível investir R$
30 milhões no Fundo Máxima, desde que houvesse uma contrapartida de 10%
de comissão, sendo que 5% deveriam ser adiantados pelo declarante
[Youssef] antes da aplicação no fundo", afirmou Youssef, em depoimento
no acordo de delação premiada fechado com a força-tarefa da Operação
Lava Jato.
Levantamento
Desde que assumiu o Governo, em
janeiro deste ano, o Governo do Estado, por meio de órgãos como
Procuradoria, Controladoria, Administração e o próprio Igeprev estão
fazendo levantamento para saber qual a real situação do Instituto e o
tamanho do prejuízo acumulado ao longo dos últimos quatro anos.
Jacques
Silva já divulgou que foram comprovadas perdas de R$ 268 milhões, dos
quase R$ 1,2 bilhão que estão sendo investigados. “Uma das dificuldades
enfrentadas para concluir esse trabalho é a falta de documentos, uma vez
que grande parte da memória administrativa do órgão desapareceu no
final da gestão anterior”.
Aposentadoria
Em relação à capacidade do Igeprev para arcar com o pagamento dos vencimentos dos servidores inativos, Jacques Silva assegurou que, por enquanto o órgão conseguirá manter sua finalidade. “Em curto prazo o servidor não precisa se preocupar, pois estancamos a sangria e estamos tentando recuperar parte do dinheiro utilizado nesses investimentos esdrúxulos”, reforçou.
Entretanto, ele alertou que é preciso manter daqui para frente a
austeridade na gestão dos recursos do órgão. “Se a má gestão do
Instituto continuasse, poderíamos ter danos irrecuperáveis, que
comprometeriam o pagamento dos aposentados pelo resto da vida”,
completou.
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