20/11/2014 15:45:06 - De Mouranet
A utilização de medicamentos hormonais esteroides, também conhecidos como anabolizantes ou “bombas”, pode até deixar a pessoa satisfeita com o corpo em curto prazo, porém, depois de alguns anos, as consequências para a saúde podem aparecer. De acordo com o médico chefe do serviço de Hepatologia do Hospital Universitário da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Raymundo Paraná, apesar de consequências graves à saúde, essas drogas têm sido cada vez mais utilizadas para terapias ilegais de antienvelhecimento e modelação do corpo.
Segundo Paraná, os efeitos dos anabolizantes são parecidos com o hormônio masculino testosterona, e sua utilidade com propósito não terapêutico predispõe ao desenvolvimento de doenças do fígado, como acúmulo de gordura no órgão , dilatação dos canais sanguíneos e até mesmo tumores.
― A combinação de medicamentos da testosterona e do Estanazolol com outros remédios como a Oxandrolona pode causar alteração na coagulação do sangue e predispor o paciente a sangramentos em qualquer parte do corpo, principalmente no fígado e no cérebro.
Anabolizantes: a busca por um corpo sarado pode custar caro à saúde
Como o anabolizante é ilegal, o especialista afirma que é comum que os pacientes não relatem o uso aos seus médicos, o que dificulta o diagnóstico. Outro fator preocupante são pessoas que prescrevem essas drogas convencendo irresponsavelmente os usuários de que não há riscos, mas somente benefícios.
― Existem profissionais pouco confiáveis que incentivam muitos jovens à utilização de anabolizantes, principalmente em academias. Infelizmente, existem médicos e outros profissionais de saúde que também fazem o mesmo.
Os motivos de tanta popularidade destas práticas são diversos, mas podem ser resumidos na má fé ou ignorância dos profissionais que as prescrevem, como também no fácil acesso a informação não científica da internet. De acordo com o especialista, habitualmente, existe acesso aos materiais publicitários, os quais não têm compromisso com a ciência médica.
― Os riscos e os danos à saúde pelo uso destes compostos são relatados em sites científicos, a maioria em língua inglesa, mas a estes o paciente não tem acesso.
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